Seis meses se passaram desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca. As expectativas eram de turbulência política, protecionismo e retórica inflamada. E que ele entregou.
O que também foi revelado, menos calculado, foi a perda da força do dólar e o reposicionamento global das reservas de valor. O que os números mostram, agora meio ano no espelho retrovisor, é um governo que causa desconfiança externa – mesmo com uma economia interna ainda firme. Vamos para os dados.
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Dollar perde força contra moedas fortes
O DXY (índice do dólar americano) é o índice do dólar, uma medida que acompanha o valor do dólar americano em comparação com uma cesta de moedas estrangeiras. Foi criado em 1973 pelo Federal Reserve e é amplamente utilizado para avaliar a força relativa do dólar no mercado internacional. A composição DXY inclui seis moedas: Euro (EUR) – Sobre 57,6% do índice; Iene japonês (JPY) – 13,6%; Libra Sterin (GBP) – 11,9%; Dólar canadense (CAD) – 9,1%; Coroa sueca (SEK) – 4,2% e Swiss Franco (CHF) – 3,6%. Ou seja, o DXY sobe quando o dólar se valoriza nesse conjunto de moedas – e cai quando o dólar enfraquece.
Embora útil como um indicador da força de moeda global, o DXY não inclui moedas emergentes do mercado (como o Yuan Real ou Chinês Brasileiro), o que limita sua representatividade no comércio global atual.
Desde 20 de janeiro, o dólar caiu 10,6% nas principais moedas do mundo. O índice DXY, que mede essa força comparativa, recuou de 109,2 para 97,6.
O euro subiu 12,2%. O real, 7,7%. É um movimento claro e sustentado que não pode ser ignorado. Se o dólar permanecer dominante no comércio global, não é mais unânime de antes como um abrigo de valor automático.
A segurança corre para o ouro
A busca pela proteção não parou – apenas mudou de direção. O ouro aumentou 22,5% desde a inauguração de Trump, cumprindo o papel de reserva segura nos tempos de ruído institucional.
O Bitcoin já avançou 10%, desempenho positivo, mas contido no metal. A leitura é objetiva: mesmo em 2025, o mercado ainda prefere a tradição à tese, ouro para protocolo. E isso, para um governo que flerta com o risco fiscal e a imprevisibilidade política.

Altas bolsas de estudo, a economia vai bem, porque ou apesar da moeda
Ao contrário da crença popular, a queda no dólar não reflete a crise econômica. A economia vai muito bem, obrigado. O mercado de ações dos EUA cresceu no semestre: S&P 500 avançado 4,2%, NASDAQ 6,2%, com a Dow Jones praticamente estável (+0,7%).
As empresas ainda são lucrativas, o desemprego segue baixo e o consumo doméstico não tinha sinais de resfriamento. A economia está indo bem. É a credibilidade externa que desliza.

Política fiscal errática, percepção da taxa de câmbio ajustada
O dólar não caiu pela fraqueza dos fundamentos – caiu pelo barulho do governo. Os discursos, planos improvisados e voluntarismo diplomático começam a corroer o que mais precisa ser uma reserva global: previsibilidade.
Os bancos centrais do mundo sabem ler sinais. Eles suspeitam que a Casa Branca deseje deliberadamente desvalorizar o dólar, eles começam a agir. Eles vendem o dólar e compram ouro. A profecia é realizada.
A moeda americana em novo nível
Trump sempre quis um dólar mais competitivo. Mas eu não queria ou não consegui gerenciar o custo disso. Em apenas seis meses, o dólar não é mais neutro ativo e se tornou um instrumento político – e isso tem uma conseqüência. A reserva de valor não é imposta por decreto ou tweet. É conquistado com silêncio, constância e credibilidade.
No mundo da reserva, aqueles que gritam perdem. E quem perde, ouve o capital indo embora.
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