O economista do Rio Bravo, José Alfaix, avaliou que a sinalização do presidente dos EUA, Donald Trump, indica um cenário difícil de negociar para evitar aumentar as tarifas sobre produtos brasileiros. Durante a participação em Tempo real, de Times Brasil – CNBC exclusivo licenciadoA Alfaix analisou as perspectivas do mercado e os possíveis impactos da medida nos setores exportadores.
“A cada dia que passa, vemos menos razoabilidade para negociar essa tarifa”, disse Alfaix. Para ele, embora parte do mercado já tenha assimilado a tarifa de 15%, o cenário de 50% ainda não está totalmente com preços.
Segundo o The Economist, a retórica da equipe econômica brasileira, especialmente o vice -presidente Geraldo Alckmin, já sinaliza pouco otimismo sobre uma reversão. Alfaix também apontou que, apesar do avanço do prazo de agosto, ainda há algum nível de esperança por parte dos investidores.
Uma comitiva brasileira dos senadores – com representantes da direita, do centro e da esquerda – deve embarcar nos Estados Unidos para aumentar a conscientização dos congressistas dos EUA e tentar reabrir os canais de negociação. Para Alfaix, o movimento é cuidadosamente acompanhado, mas o mercado considera que há pouca margem de manobra, pois as decisões parecem estar centralizadas na Casa Branca.
“Parece que os canais de comunicação estão fechados”, disse ele.
Empresas como Embraer e Weg estão no centro das preocupações
Quando perguntado quais empresas brasileiras teriam mais impacto, Alfaix enfatizou que os setores com dificuldade em redirecionar as exportações podem enfrentar maior pressão. Ele citou especificamente a Embraer, empresas de engenharia civil, equipamentos industriais e peças de aeronaves.
“É muito complicado redirecionar a parte da aeronave para o mercado doméstico ou outras redes globais”, disse ele.
Por outro lado, ele considerou que a Embraer pode ter algum poder de barganha, porque já está profundamente integrado ao setor aéreo dos EUA e com contratos de longo prazo com empresas americanas. Esses contratos, de acordo com a Alfaix, incluem cláusulas finas, que dificultariam a substituição de fornecedores alternativos.
No caso da WEG, o economista reconheceu que o recente desempenho negativo na bolsa de valores pode estar relacionado à incerteza em torno das tarifas. Ele indicou que empresas com menos poder de pressão ou relevância estratégica tendem a sofrer mais instabilidade.
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A retaliação ainda não tem preços pelo mercado
Alfaix observou que o mercado não considerou a possibilidade do Brasil para aplicar retaliação com base na lei de reciprocidade. Se isso acontecer, o cenário pode ser alterado de relevância. Ele também destacou exemplos de produtos que conseguiram escapar de tarifas, como o petróleo bruto, que representa cerca de 9% das exportações brasileiras para os EUA.
“Quando você tem essa maleabilidade em algum setor diferente fora da taxa geral, é menos prejudicial”, disse ele.
A renda fixa local é uma alternativa em meio à instabilidade
Para o investidor brasileiro, a Alfaix recomendou cautela e se concentra em instrumentos de renda fixa. Com a taxa seletiva em 15%, ele considera que o alto interesse real oferece proteção diante da volatilidade externa. A inflação doméstica controlada e o desempenho recente de ativos como o ouro também reforçam a busca de segurança. “A renda fixa local acaba sendo um refúgio seguro muito interessante”, concluiu.
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