Deoleo, o maior produtor global de azeite, alerta que a ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, de aplicar uma taxa de 30% nas importações da União Europeia, pode resultar em preços mais altos para aqueles que compram azeite nos Estados Unidos – e até dificultam o acesso a alimentos considerados com saúde.
Trump ameaçou aumentar as tarifas nos países do bloco europeu a partir de 1º de agosto, o que representaria um salto considerável do imposto atual de 10%.
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A União Europeia está tentando fechar um acordo comercial com os EUA há algum tempo e, com o fim de Trump, os estudos do bloco que podem tomar, incluindo a possível retaliação.
Ainda há muita incerteza sobre a possibilidade de um acordo entre nós e a UE nos próximos dias. Um sucesso comercial recente entre os EUA e o Japão incentivou o mercado, mas não há garantia de avanço.
Dependência dos EUA de azeite importado e papel estratégico no mercado dos EUA para Deoleo
Para a CNBC, Deoleo disse que o motivo de tal possibilidade está no fato de que a produção nacional de petróleo nos EUA era bem limitada.
“Vale lembrar que cerca de 95% do azeite consumido nos EUA é importado, para que essas medidas acabem afetando o consumidor final”, disse Cristóbal Valdés, CEO da Deoleo, em uma mensagem enviada à CNBC.
A empresa espanhola apontou que os Estados Unidos representam mais de um quarto de todas as suas receitas, o que torna a prioridade estratégica do mercado americano para a empresa.
Comparação da produção de azeite: EUA x União Europeia
De acordo com a Associação de Produtores de Petróleo dos EUA, cerca de 16.000 hectares (40.000 acres) de oliveiras são plantados exclusivamente para a produção de azeite dentro do território americano.
Para comparar, a União Europeia lidera a produção, consumo e exportação mundial de azeite, com aproximadamente 4 milhões de hectares (9,88 milhões de acres) de oliveiras espalhadas pelo continente.
A maior parte do azeite consumida no mundo vem da região do Mediterrâneo, e os países do sul da Europa, como Espanha, Itália e Grécia, estão entre os maiores produtores deste produto valioso.
A Espanha, em particular, é o maior produtor de azeite da União Europeia e serve como uma referência global em termos de preço.
Acesso ao azeite “não deve ser penalizado”
Para se preparar para um possível aumento de tarifas, a CEO da Deoleo, Valdés, disse que a empresa pretende investir mais em comunicação, marketing e relacionamento com os consumidores, para garantir que o azeite ainda faça parte da vida diária das pessoas.
“Além do diálogo institucional, estamos reforçando nossa presença nos EUA com campanhas para mostrar os benefícios do azeite e renovar nosso compromisso com as marcas – especialmente Bertolli, que hoje é sinônimo de confiança e qualidade para os americanos”, explicou Valdés.
O presidente da Deoleo também afirmou que a empresa continuará avaliando todas as opções estratégicas, enquanto trabalha para melhorar a logística e a cadeia de suprimentos, olhando para diferentes cenários no mercado.
“Mas as decisões táticas acima, nossa prioridade é proteger o acesso dos americanos a um alimento essencial para a saúde. O acesso ao azeite não deve ser difícil – pelo contrário, deve ser estimulado”, disse Valdés.
Repercussões no mercado global e preocupações de outros setores afetados
Desde que as tarifas dos EUA sobre produtos europeus começaram a ser válidos no início de abril, expandir analistas – uma empresa especializada em dados de commodities – eles alertaram que uma redução nas importações de petróleo americana poderia trazer “sérias conseqüências” ao mercado global.
Segundo os especialistas ouvidos pela empresa, essa mudança poderia gerar excesso de oferta na União Europeia, preços preços mais baixos e intensificando a concorrência entre os produtores.
Não são apenas os exportadores de azeite que estão apreensivos com as novas ameaças tarifárias de Trump. Os produtores de uísque irlandeses, queijo italiano e vinhos franceses também se preocuparam com os possíveis impactos das medidas.
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