A S&P Global Ratings rebaixou a classificação de crédito do Banco de Brasília (BRB) de B para B- nesta quarta-feira (19) e colocou o rating em CreditWatch negativo, citando preocupações adicionais sobre gestão de risco e governança após o avanço das investigações da Operação Compliance Zero.
A avaliação internacional destaca que a operação deflagrada pela Polícia Federal, que investiga suspeitas de fraude em empréstimos adquiridos do Banco Master, expõe fragilidades relevantes na gestão interna do banco público. Segundo a S&P, ainda não está claro qual o impacto que a investigação poderá ter na reputação, liquidez, captação e perfil financeiro do BRB nos próximos meses.
A Polícia Federal investiga fraudes e desvios de conduta no Banco Master, que foi colocado sob administração especial e teve liquidação extrajudicial ordenada pelo Banco Central na terça-feira (18). O BRB adquiriu parte desses empréstimos agora sob investigação, o que levantou dúvidas da agência de rating sobre a qualidade e os controles da carteira.
A S&P destacou ainda que uma decisão judicial suspendeu o CEO e o CFO do BRB por 60 dias, aprofundando o cenário de instabilidade na governança da instituição.
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Preocupações com governança e apetite ao risco
No relatório, a S&P afirma que os acontecimentos recentes “aumentam as preocupações sobre a gestão de riscos e governança do BRB”, avaliando que o banco tem adotado práticas “mais agressivas” num contexto de pressão para expandir a carteira e aumentar as receitas.
Segundo a agência, o BRB adquiriu R$ 18,6 bilhões em empréstimos no primeiro semestre de 2025, embora ainda não seja conhecido o volume específico de operações vinculadas ao Banco Master. Como referência, o banco tinha carteira total de R$ 59,4 bilhões e ativos de R$ 3,9 bilhões em junho de 2025.
S&P alerta que permanece incerto:
- A dimensão potencial das perdas envolvendo os créditos adquiridos;
- Os efeitos colaterais que podem surgir da pesquisa;
- O impacto futuro no capital, na liquidez e na capacidade de financiamento do banco.
- A agência indica que há 50% de probabilidade de novo rebaixamento nos próximos 90 dias, dependendo da evolução das investigações.
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Lucratividade pressionada
Embora o BRB tenha registrado lucro líquido de R$ 510 milhões no primeiro semestre de 2025, equivalente a um retorno anualizado de 26%, a S&P destaca que parte desse resultado foi impulsionado por receitas extraordinárias com vendas de portfólio. Sem estes efeitos, a rentabilidade estaria em linha com a de 2024, quando o banco tinha um ROE de apenas 6,2%.
As margens continuam pressionadas pela dinâmica do crédito consignado e pela mudança no mix da carteira.
A S&P afirma que pretende resolver a condição negativa do CreditWatch assim que houver clareza sobre o impacto da investigação nos fundamentos do banco. Um novo rebaixamento poderá ocorrer caso haja deterioração da liquidez ou do capital, perdas na carteira adquirida ou efeitos adversos na reputação e na capacidade de financiamento.
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