O economista Claudio Frischtak, consultor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), avaliado como “altamente questionável” a viabilidade econômica e financeira da ferrovia que conectaria a costa da Bahia ao porto de Chancay, Peru, um projeto formal entre Brasil e China.
Durante a entrevista com Times Brasil Journal, do Times Brasil – CNBC exclusivo licenciadoFrischtak destacou riscos de execução, incertezas sobre receita e baixa prioridade diante de outras necessidades logísticas do país.
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Viabilidade financeira questionada
Frischtak classificou a proposta como ambiciosa, mas com retorno financeiro duvidoso. “É um projeto muito grande, com alto custo e, ao mesmo tempo, com uma receita muito incerta. A viabilidade financeira desse projeto é altamente questionável”, disse ele. Ele comparou a iniciativa à Transnordestina, que começou em 2007, e que terá apenas uma das extensões concluídas em 2027. “Somente uma das extensões está levando 20 anos”, disse ele.
Outras prioridades de logística
O economista enfatizou que o Brasil deveria priorizar melhorias mais urgentes na infraestrutura existente. “Temos muito o que fazer em termos de melhoria da logística em nosso país e não necessariamente demitimos megaprojetos que levarão décadas e são questionáveis em termos de sustentabilidade econômica e financeira”, disse ele.
Frischtak citou que os custos de logística no Brasil são equivalentes a 3% ou 4% do PIB, mais do que os de países como os Estados Unidos e a Austrália. “Nossa história com megaprojetos é infeliz”, acrescentou.
“Porto sul não faz sentido”
Frischtak também criticou o So So -chamado Porto Sul, perto de Ilhéus (BA), que faz parte do layout da ferrovia. “Este porto hoje não existe. Apenas 4% foi construído. Ninguém sabe o custo do porto sul chamado ao norte de Ilhéus”, disse ele. Ele estimou que o terminal exigiria entre US $ 9 bilhões e US $ 10 bilhões em investimentos e citou alternativas já disponíveis. “Você tem a baía de todos os santos, com bons portos já construídos, como Salvador e Aratu.”
A conta vai fechar?
Na avaliação do consultor da CNI, mesmo que o projeto seja concluído, o custo logístico seria maior do que as rotas marinhas já usadas. “Quando fazemos as contas, elas não ficam. Mesmo com uma ferrovia funcionando bem, o custo ainda é muito maior que os navios médios e grandes que conectam o Brasil à Ásia”.
“Planejar sem custo não está planejando”
Frischtak também criticou o planejamento do transporte do governo, por não considerar os custos reais das obras. “Se alguém me perguntar qual é o custo deste projeto, duvido que alguém saiba. Não há como estimar agora. Há uma tendência a minimizar os custos e pensar que no futuro tudo está resolvido, mas só fica pior”.
Soluções sustentáveis são melhores que sonhos
No final, o economista defendeu a expansão da cabotagem e parcerias com o setor privado como alternativas mais viáveis. “Ou você apresenta soluções que se sustentam economicamente, ou é um sonho da noite de verão”.
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