O presidente da 30ª Conferência das Partes (COP30), André Aranha Corrêa do Lago, afirmou em sua oitava carta à comunidade internacional que a adaptação climática deixou de ser uma escolha após a mitigação e se tornou essencial para a sobrevivência humana.
Segundo Corrêa do Lago, a humanidade vive uma transição “da era dos alertas para a era das consequências”, e a adaptação deixou de ser uma escolha após a mitigação para se tornar “a primeira parte da sobrevivência”. “A adaptação é o próximo passo na evolução humana”, escreveu ele.
Ele destacou que a cooperação internacional será decisiva no enfrentamento da crise e defendeu que a COP30, que acontecerá em 2025 em Belém (PA), seja “a COP da adaptação”. O diplomata afirmou que, como disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a conferência será “a COP da verdade”, na qual os países serão testados quanto à sua capacidade de agir coletivamente.
Corrêa do Lago alertou também para o risco de um “precedente perigoso na evolução humana”, em que os ricos se protegem com infraestruturas resilientes enquanto os mais pobres permanecem vulneráveis. Ele classificou esse cenário como “antiético, imoral e autodestrutivo”.
A carta cita dados recentes do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que indicam 1,1 mil milhões de pessoas que vivem em situação de pobreza multidimensional aguda. Mais de 800 milhões deles enfrentam pelo menos um grande risco climático.
“Sem adaptação, as alterações climáticas tornam-se um multiplicador de pobreza”, afirmou o presidente da COP30, destacando que a falta de ação “não é uma falha técnica, mas uma escolha política sobre quem vive e quem morre”.
O financiamento ainda é insuficiente
O diplomata destacou ainda que o financiamento para a adaptação climática continua muito abaixo do necessário. Segundo ele, os recursos alocados para a área representam menos de um terço do financiamento climático global total. “O desequilíbrio entre mitigação e adaptação enfraquece a resiliência colectiva e perpetua desigualdades estruturais”, alertou.
Corrêa do Lago defendeu que o financiamento para adaptação seja visto como um investimento, e não como uma assistência. Ele citou estimativas do Banco Mundial de que medidas robustas de adaptação poderiam gerar até quatro vezes o seu custo em benefícios económicos.
A carta destaca que a COP30 marcará o início de um novo ciclo do Acordo de Paris, que visa a implementação eficaz das políticas climáticas. Corrêa do Lago comemorou o avanço dos Planos Nacionais de Adaptação (PANs) — já iniciados em 144 países — e apelou a outros para se juntarem “a esta corrente emergente de resiliência colectiva”.
Entre as metas para Belém, o presidente da COP30 citou a necessidade de avaliar o progresso dos PAN, colmatar a lacuna de financiamento e operacionalizar o Objectivo de Adaptação Global (GGA). Ele também defendeu que os ministros das finanças e os bancos de desenvolvimento tratem a adaptação “como um instrumento político central, não como uma caridade”.
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