O Ambipar informou nesta sexta-feira (10) que o acionista controlador Tércio Borlenghi Júnior reduziu sua participação direta e indireta no capital total e votante da companhia, 73,48% a 67,68%.
Segundo comunicado ao mercado, a redução se deve ao exclusão irregular de ações da empresarealizado em desacordo com a medida cautelar concedida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ). O episódio está relacionado ao processo mencionado em Fato Relevante de 25 de setembro de 2025quando o Tribunal ordenou o bloqueio das ações do controlador devido a indícios de movimentos irregulares.
Mesmo em meio à disputa judicial, o mercado reagiu positivamente à notícia. Para o Ações da Ambipar (AMBP3) registrado aumento de 33%sendo negociado em R$ 0,97nesta manhã de sexta-feira. O movimento ocorre após semanas de forte volatilidade, refletindo expectativas de reorganização societária e maior transparência nas operações da empresa.
De acordo com o documento enviado Comissão de Valores Mobiliários (CVM)a redução da participação de Borlenghi decorre da execução irregular de ações de sua propriedade, descumprindo a atual decisão judicial. A íntegra da correspondência do controlador foi anexada ao fato relevante divulgado ao mercado.
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O episódio está ligado ao processo mencionado em Fato Relevante de 25 de setembro de 2025quando a Ambipar informou que o Tribunal havia determinado o bloqueando ações do controlador diante de sinais de movimentos irregulares. Na época, o tribunal proibiu a transferência ou utilização desses papéis como garantia.
Mesmo com a decisão judicial, parte das ações foram realizado por instituições financeirasem uma operação que, segundo a empresa, descumpre ordem do TJ-RJ. O movimento resultou na redução da participação de controle detida pela Borlenghi e levou a Ambipar a reforçar o monitoramento das mudanças societárias.
A íntegra da correspondência enviada pelo controlador foi anexada ao documento divulgado ao Comissão de Valores Mobiliários (CVM)conforme previsto no artigo 12 da Deliberação CVM nº 44/2021.
O episódio se passa em meio a investigações sobre operações envolvendo ações da Ambiparem que os movimentos do Administrador e empresário Nelson Tanurede acordo com conclusões recentes da CVM.
Quem é Tércio Borlenghi?
Tércio Borlenghi Júnior e seu filho, Guilherme Borlenghi, mantêm o controle da Ambipar com perfil discreto e gestão centralizada. Fundador da empresa em 1995, Tércio iniciou sua carreira com a criação da Ambitec, focada em gestão de resíduos, e ao longo das décadas construiu um conglomerado internacional no setor ambiental, com atuação que vai desde a descontaminação de solos até o atendimento a emergências químicas.
Com mais de 70% das ações, ele e o filho concentram o poder de decisão e preservam o controle familiar sobre o grupo, mesmo mantendo-se longe dos holofotes e da imprensa.
O estilo de gestão de Tércio é marcado pela conduta empresarial direta e pela agilidade na tomada de decisões, em conversas restritas com assessores e executivos próximos. Guilherme, que atua no conselho da empresa, participa das principais definições estratégicas e é visto como o sucessor natural do pai. A relação entre os dois molda a cultura empresarial da Ambipar, baseada no comando familiar e na forte presença do proprietário nas decisões de alto nível.
Em janeiro de 2024, a empresa estreou-se nos mercados internacionais de dívida com a emissão de US$ 750 milhões em títulos verdesoperação que rendeu à Ambipar o prêmio “Emissor de Dívida do Ano” da revista LatinaFinanças. O sucesso foi seguido por um programa de recompra de ações que aumentou o valor das ações em mais de 1.000%, ampliando a fortuna de Tércio e consolidando sua presença entre os bilionários brasileiros.
Mas a virada veio em 2025. Após mudanças na governança e questionamentos sobre as operações financeiras, os títulos da empresa despencaram 81%, sendo negociados a apenas 13 centavos de dólar. O CVM abriu investigações sobre irregularidadeso que fez com que as agências de risco rebaixassem o rating da empresa.
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