A imposição de uma taxa de 50% em todas as importações do Brasil, anunciada pelo ex -presidente Donald Trump, gerou reação imediata de um dos maiores fornecedores de suco de laranja nos Estados Unidos. A Johanna Foods, responsável por cerca de 75% do fornecimento de suco de laranja “não concentrado” de suas próprias marcas no país, entrou com uma ação no Tribunal Internacional de Comércio, alegando que a medida é inconstitucional, viola as leis federais e causará danos expressivos à empresa e aos consumidores.
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De acordo com o processo, a tarifa – programada para entrar em vigor em 1º de agosto de 2025 – pode aumentar os preços do suco de laranja nos Estados Unidos entre 20% e 25%. A Companhia estima que o custo adicional será de pelo menos US $ 68 milhões por ano, excedendo o lucro líquido anual em qualquer exercício desde a fundação da empresa em 1995.
“A tarifa sobre o Brasil resultará em um aumento significativo – talvez proibitivo – no preço de um item básico de café da manhã americano”, diz o processo movido no tribunal.
A Johanna Foods também aponta que não há alternativas viáveis no mercado doméstico que possam substituir o suco importado do Brasil. A matéria -prima do país sul -americano, conhecida como não de concentrado (NFCOJ), representa cerca de 80% do volume usado pela empresa – inserindo que, de acordo com o fabricante, “não está razoavelmente disponível dos fornecedores nos Estados Unidos em quantidades ou qualidade suficientes”.
Contexto da tarifa e seus fundamentos questionados
O aumento da tarifa foi comunicado por Trump ao presidente Luiz Inacio Lula da Silva em uma carta datada de 9 de julho. No documento, Trump atribui a decisão de “como o Brasil lidou com o ex -presidente Bolsonaro”, alegou censura às plataformas de redes sociais dos EUA e o que ele chamou de “relacionamento comercial de longa data”. No entanto, de acordo com dados do Escritório de Representação de Comércio dos EUA, os Estados Unidos registraram um excedente de US $ 7,4 bilhões no comércio de mercadorias com o Brasil em 2024 – um aumento de quase 32% em relação ao ano anterior.
A Johanna Foods argumenta que a medida não é apoiada por nenhuma ordem executiva, decreto ou legislação que justifique o aumento da tarifa. “A carta ao Brasil não constitui uma ação executiva válida, não é uma ordem executiva, não faz referência ou incorpora qualquer ordem executiva existente ou modifica ou altera”, diz o documento judicial.
Além disso, a empresa sustenta que o presidente “não identificou nenhuma ameaça incomum ou extraordinária originada fora dos Estados Unidos que represente um risco para a segurança nacional, política externa ou economia do país”, e não declarou uma emergência nacional-que seria um pré-requisito para a aplicação da tarifa de acordo com Lei Internacional de Poderes Econômicos de Emergência (IEEPA).
“A tarifa sobre o Brasil excede qualquer autoridade tarifária delegada ao presidente da IEEPA”, diz os advogados da empresa.
Riscos para empregos e suprimentos
A Johanna Foods emprega cerca de 700 pessoas nos estados de Nova Jersey e Washington, onde mantém unidades industriais. O CEO da empresa, Robert Facchina, afirma que a tarifa representa uma “ameaça existencial” às operações da empresa e alerta sobre a possibilidade de demissões de massa, fechamento de mudança e capacidade produtiva reduzida se a medida for mantida.
O processo detalha ainda mais que os custos de tarifa serão repassados aos clientes da empresa – que incluem grandes varejistas como Walmart, Aldi, Wegmans, Safeway e Albertsons – e, consequentemente, para encerrar os consumidores. Dados de Bureau of Labor Statistics Eles mostram que o preço médio do suco de laranja já estava aumentando antes do anúncio: no ano passado, o valor de um pacote de 473 ml aumentou mais de 5%, indo para US $ 4,49.
Impacto estrutural no suprimento de suco
Com a produção de laranjas dos EUA acentuados – especialmente na Flórida, onde fatores como doenças, furacões e urbanização reduziram a produção em mais de 95% nas últimas décadas – o país depende de países como Brasil e México para garantir a oferta interna. A previsão do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) é que a colheita de 2025 na Flórida cairá 33% em relação ao ano anterior, atingindo o nível mais baixo em 95 anos.
O processo movido pela Johanna Foods pede ao tribunal que declare a tarifa inconstitucional e inconstitucional, além de exigir o reembolso de qualquer quantia que possa ser paga sob a nova tributação. A empresa também solicita o bloco imediato da implementação da medida.
Em resposta à ação, de acordo com o NBC News, Um porta -voz da Casa Branca afirmou que “a administração está exercendo legal e justamente os poderes tarifários que foram concedidos ao poder executivo pela Constituição e pelo Congresso para equilibrar o campo de ação em favor dos trabalhadores americanos e proteger a segurança nacional”.
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