O vice -presidente da República e Ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse na terça -feira (15) que o governo trabalha para resolver, no dia 31, a questão que envolve exportações e importações entre o Brasil e os Estados Unidos. Segundo ele, não há intenção de solicitar a expansão dos prazos nas negociações.
“A idéia do governo não é pedir ao prazo estendido, mas é procurar resolver até o dia 31. Portanto, o governo trabalhará para tentar resolver e avançar neste trabalho nos próximos dias”, disse ele em entrevista coletiva após se reunir com representantes do setor produtivo.
Entre as autoridades estavam Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira de Indústrias de Exportação de Carne (ABIEC); Márcio Ferreira, presidente da CecaFé; Pavel Cardoso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC); Ibiapaba Neto, presidente da Citrusbr; Guilherme Coelho, Presidente da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Fruta (Abrafrutas), bem como o Ministro da Agricultura e Livro, Carlos Fávaro.
O vice -presidente apontou que empreendedores de ambos os países são diretamente afetados pela situação, devido a cadeias produtivas integradas. Ele enfatizou que o impasse não apenas prejudica o Brasil, mas também a economia americana. “Há uma complementaridade econômica. Isso tem uma perda não apenas para o Brasil, mas também para a população americana”, afirmou.
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De acordo com a Alckmin, de janeiro a junho deste ano, as vendas brasileiras para os Estados Unidos cresceram 4,3%, enquanto as exportações dos EUA para o Brasil avançaram mais de 11%, expandindo o excedente dos Estados Unidos sobre o balanço de bens e serviços.
Dois pontos considerados urgentes pelo governo envolvem cargas de produtos e remessas perecíveis já feitas. Segundo o vice -presidente, ambas as situações exigem resolução rápida devido aos prazos de vencimento e logística.
Para abordar o assunto, o governo convocou reuniões com vários segmentos. “Ouviremos o setor produtivo brasileiro para construir uma solução que cumpra os interesses do país e respeite os prazos estabelecidos”, disse ele.
“Vamos intensificar a busca de alternativas para a produção brasileira”, diz o ministro da Agricultura
O Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse em entrevista coletiva na terça -feira (15) que o governo federal expandirá as estratégias para fortalecer o setor agrícola, com foco na abertura de novos mercados internacionais e fornecimento interno.
“Vamos intensificar a busca de alternativas para essa produção brasileira”, disse Fávaro, depois de nos encontrarmos com o vice -presidente Geraldo Alckmin e outras autoridades do setor.
Resultados da exportação
Segundo o ministro, desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inacio Lula da Silva, o governo priorizou a expansão dos mercados para a agricultura brasileira. Segundo ele, 390 novos mercados foram abertos para o gado do país.
Fávaro citou como exemplo o crescimento das exportações de carne bovina para os Estados Unidos, que, embora já fosse um mercado aberto, registrou um aumento significativo. “Do ano passado até este ano, a carne bovina veio de 220 mil toneladas, nos primeiros seis meses, a 190 mil toneladas, com a projeção de atingir 400 mil toneladas”, disse ele.
Para a China, o ministro informou a qualificação de 52 novas plantas de refrigeração, que, segundo ele, expandem oportunidades de exportação e criação de empregos no Brasil.
Diplomacia e plano de culturas
Fávaro também enfatizou o papel da diplomacia brasileira na retomada de fóruns internacionais e no fortalecimento das relações comerciais. Segundo ele, a determinação do presidente Lula é que a ação internacional é intensificada, respeitando a soberania nacional e o diálogo com diferentes países.
O ministro também se lembrou do lançamento do maior plano de culturas da história, anunciado recentemente pelo governo federal. Segundo ele, a medida continua dois registros consecutivos de culturas e visa fornecer o mercado doméstico, contém inflação de alimentos e garante excesso de exportação.
Para Fávaro, embora o governo mantenha o diálogo aberto com parceiros de negócios, deve -se reconhecer que não é possível definir rapidamente o destino de toda a produção nacional. “Não é resolvido em 10 ou 15 dias o destino de tudo o que é produzido no Brasil”, disse ele.
Alertas do setor de carne para danos com tarifa e tempo de inatividade
O presidente da Associação Brasileira de Indústrias de Exportação de Carne (ABIEC), Roberto Perosa, disse que a medida anunciada pelos Estados Unidos já tem impactos imediatos na cadeia de carne bovina brasileira. “Nossos refrigeradores já estão interrompendo a carne para os Estados Unidos diante da certeza da tributação. Com essa tarifa, a exportação se torna inviável”, disse ele.
Atualmente, os Estados Unidos são o segundo maior comprador de carne bovina brasileira, atrás apenas da China. Segundo a Perosa, existem cerca de 30 mil toneladas de carne já embarcadas ou em portos, o equivalente a US $ 150 milhões a US $ 160 milhões em produtos. Ele defendeu a continuidade das negociações e o início imediato das receitas de contratos já assinados. “Não há tempo para desfazer esses contratos até o 1º”, alertou.
Exportadores de café destacam o peso econômico e advogam solução rápida
O presidente de Cecafé, Márcio Ferreira, enfatizou a importância do mercado americano para o setor nacional de café. “O Brasil exportou no ano passado 50,4 milhões de sacos de café, dos quais 8,2 milhões foram para os Estados Unidos, nosso maior mercado de consumidores”, disse ele.
Ferreira lembrou que o café brasileiro representa 33% de todo o consumo americano e gera impacto econômico relevante nos EUA. “Para cada dólar importado, US $ 43 são gerados na indústria dos EUA. Isso emprega US $ 2,2 milhões e move US $ 343 bilhões por ano”, disse ele. O líder elogiou o trabalho do governo brasileiro e defendeu a manutenção do diálogo com os importadores americanos para impedir que a medida afete os consumidores e a geração de inflação.
A indústria nacional de café reforça a preocupação com o balanço comercial
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Pavel Cardoso, complementou os dados apresentados por Márcio Ferreira, observando que a indústria nacional é responsável por 90% da transformação do café consumida no Brasil. “O café representa 1,86% do nosso PIB, e o setor dos EUA consome 76% da bebida”, disse ele.
Cardoso elogiou a postura do governo federal e reforçou o apelo por uma solução de curto prazo. “O ambiente aqui é uma negociação e manutenção urgentes de boas relações comerciais com os Estados Unidos, uma parceria de mais de 200 anos”, afirmou.
Exportadores de suco de laranja temem os negócios inviáveis
Ibiapaba Neto, presidente da Citrusbr, enfatizou que o mercado dos EUA é um destino de 40% das exportações brasileiras de suco de laranja, com receita de US $ 1,3 bilhão no ano passado. “Do total que os Estados Unidos importam, 70% é o suco brasileiro. Há uma interdependência muito grande”, disse ele.
Segundo ele, a colheita começou recentemente e se estende até dezembro, o que aumenta a preocupação do setor. “A tarifa adicional de 50%, adicionada aos US $ 415 por tonelada que já pagamos – mais alta que a de nossos concorrentes – torna completamente inviável as exportações”, disse ele. Para Neto, a continuidade do diálogo e o desempenho do governo são essenciais para evitar danos.
Os produtores de frutas relatam incerteza com a colheita de manga e pedem senso comum
O presidente da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Fruta (Abrafrutas), Guilherme Coelho, disse que a atual safra de mangá, concentrada no vale de São Francisco, enfrenta um risco iminente. “São dois meses e meio de colheita planejada por seis meses, com tudo pronto: embalagem, reserva de navios e contratos”, explicou ele.
Coelho afirmou que a tarifa proposta pelos Estados Unidos – saltando de 10% para 50% – faz exportação de frutas. “Não há como desviar essa produção para a Europa sem desmoronar o mercado. Você não pode tocar essa manga no Brasil, mas o preço cai. O setor precisa de uma definição rápida”, disse ele.
Ele argumentou que os alimentos são removidos da lista de impostos. “O mundo está experimentando insegurança alimentar. Os alimentos não podem entrar nesse tipo de disputa comercial”, acrescentou.
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