A Rússia se mobilizou nesta quarta-feira (22) para tentar salvar a possibilidade de um encontro presencial entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, após as negociações terem sido suspensas abruptamente.
Trump disse nesta terça-feira (21) que não queria “ter uma reunião desperdiçada” com Putin — reunião que estava marcada para acontecer na Hungria nas próximas semanas — depois que ficou claro que Moscou se opõe à ideia de um cessar-fogo imediato na guerra contra a Ucrânia.
“Não quero perder tempo. Então veremos o que acontece”, declarou Trump, após uma ligação na segunda-feira entre o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.
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Após a conversa, Lavrov disse aos jornalistas em Moscovo que informou a Rubio que “a Rússia não mudou a sua posição” desde a reunião entre Trump e Putin, realizada no Alasca, em agosto. Segundo a chanceler, Moscovo quer “uma paz duradoura e sustentável”, mas não está interessada num “cessar-fogo imediato que não leve a nada”.
Confrontado com estas declarações e o aparente desinteresse de Trump em reunir-se novamente com Putin, o Kremlin pareceu entrar em modo de contenção de danos. Esta quarta-feira, as autoridades russas insistiram que as datas da reunião em Budapeste “ainda não estavam definidas”, mas afirmaram que os preparativos prosseguem.
“Isso ainda precisa ser feito. É necessária uma preparação cuidadosa antes disso. É necessário tempo para isso”, disse o porta-voz de Putin, Dmitri Peskovaos repórteres, de acordo com uma tradução da NBC News.
“Ainda não há notícias; é claro que tudo isto está rodeado de muitos rumores e boatos. Na maioria das vezes, são completamente falsos. Ainda não há notícias”, acrescentou.
Outra reviravolta?
A suspensão das negociações com Moscovo parece ser mais uma reviravolta por parte do governo americano, que vacilou este ano na sua posição sobre a Rússia, a guerra na Ucrânia, as suas causas e uma possível resolução.
Na semana passada o clima em Moscovo e nos meios de comunicação estatais russos era de satisfação e até de ironia quando a reunião presencial do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyycom Trump – realizada na sexta-feira anterior – aparentemente não correu bem.
O sentimento de superioridade russa aumentou depois de Moscovo ter conseguido falar primeiro com o líder norte-americano, numa chamada “muito produtiva”, como descreveu Trump, realizada com Putin. Foi durante esta conversa que os dois líderes concordaram em encontrar-se pessoalmente dentro de algumas semanas.
Depois disso, Trump e a sua equipa pareceram vacilar no seu apoio à Ucrânia. Zelenskyy deixou a Casa Branca de mãos vazias, sem os mísseis Tomahawk de longo alcance que tinha solicitado, e com preocupações de que Washington pudesse pressionar Kiev a ceder território ocupado no leste do país.
Estes receios aumentaram quando Trump, no fim de semana, afirmou que a região de Donbass – parcialmente ocupada pela Rússia e epicentro dos combates durante três anos e meio – deverá “permanecer como está”.
“Está dividido agora. Acho que 78% do território já foi tomado pela Rússia”, disse Trump a bordo do Air Force One no domingo. “Eles deveriam parar nas linhas de batalha agora. Vá para casa, pare de matar pessoas e acabe com isso.”
A Ucrânia e um grupo de aliados europeus reagiram à declaração de Trump, alertando numa declaração conjunta na terça-feira que a Rússia estava a usar “táticas de procrastinação” para prolongar a guerra. Ainda assim, tiveram o cuidado de elogiar os esforços de Trump para unir os partidos.
“Estamos totalmente alinhados com a posição do Presidente Trump de que os combates devem cessar imediatamente e que a atual linha de contacto deve servir como ponto de partida para negociações. Continuamos comprometidos com o princípio de que as fronteiras internacionais não devem ser alteradas pela força”, afirmaram os líderes europeus.
Moscou fala sobre “notícias falsas”
Agora, com a situação novamente invertida, o Kremlin mostra-se apreensivo e tenta reforçar a imagem de que está empenhado em acabar com o conflito.
“Ninguém quer perder tempo. Nem o presidente Trump, nem o presidente Putin. São dois líderes que estão habituados a trabalhar de forma eficaz e eficiente, mas a eficácia exige sempre preparação”, declarou Peskov esta quarta-feira.
Membros do círculo próximo de Putin acusaram meios de comunicação de divulgar “notícias falsas” sobre o suposto cancelamento da cimeira na Hungria, com o objectivo de enfraquecer a reunião.
“A mídia está distorcendo os comentários sobre o ‘futuro imediato’ para minar a próxima cúpula. Os preparativos continuam”, escreveu ele. Kirill DmitrievConsultor de investimentos de Putin e CEO do Fundo Russo de Investimento Direto, na rede social X.
Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia Maria Zakharovatambém repetiu a narrativa, dizendo à rádio Sputnik que existe um “circo de informação” em torno do encontro entre Trump e Putin.
“Todo este circo de informação, que, aliás, ainda não acabou — continua a acontecer —, com falsos vazamentos, autocorreções, confirmações e desmentidos, existe apenas para dar mais apoio mediático a Zelenskyy”, disse Zakharova, segundo tradução da NBC News.
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