A indústria têxtil brasileira deve enfrentar um cenário de retração de exportação para os Estados Unidos depois de confirmar a nova tarifa de 40% imposta pelo governo dos EUA. A medida entra em vigor em uma semana e aumenta a carga total dos produtos brasileiros no setor para 50%.
De acordo com Fernando Valente Pimentel, diretor superintendente da Associação Brasileira de Têxtil e Confeitaria (ABIT), a medida representa um impacto direto na viabilidade das operações com o mercado dos EUA. “Era uma taxa punitiva, realmente tornar os negócios inviáveis”, disse ele em entrevista ao Equipe realde Times Brasil – CNBC exclusivo licenciado.
Somente sisal string foram incluídas na lista de exceções à tarifa adicional. Este item correspondeu a 17% das vendas externas do setor aos Estados Unidos em 2024.
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Concorrência asiática e reações de empresas
Pimentel apontou que a indústria brasileira está competindo em desvantagem com países asiáticos como o Vietnã, Malásia e Camboja, que continuarão a exportar têxteis para os EUA com tarifas de 19% a 20%. “O Brasil recebeu a maior tributação. A concorrência se torna inviável”, disse ele.
Segundo o executivo, os produtos de moda são feitos em ordem e não podem ser facilmente redirecionados para outros mercados. “Você não encontra novos mercados durante a noite”, disse ele. Os produtos mais comodizados já podem ser parcialmente redirecionados, mas enfrentam uma forte concorrência de itens importados da China, que já representam mais de 60% das importações têxteis brasileiras.
Em resposta à nova tarifa, as empresas do setor começaram a renegociar pedidos e revisar os planos de produção para o segundo tempo. Segundo Pimentel, os pedidos contratados dificilmente serão enviados se o cenário não mudar. Ele citou o segmento de roupas de praia como exemplo, com 40% da produção para o mercado dos EUA e as empresas que dependem de até 60% desse mercado para sua receita.
Medidas e perspectivas
A ABIT afirma estar em diálogo com empresas, autoridades brasileiras e representantes dos EUA para tentar reverter a decisão. O setor também defende a adoção de medidas compensatórias de emergência para empresas com maior exposição à exportação.
“O mercado local está sendo atacado pelos asiáticos e, ao mesmo tempo, perdemos um mercado estratégico. É uma penalidade que precisa ser revisada”, disse o diretor.
O setor têxtil brasileiro é composto principalmente por pequenas e médias empresas, representa cerca de 75% da oferta interna e emprega 1,3 milhão de pessoas diretamente. Embora não seja o maior exportador, o Brasil tem a quinta maior indústria têxtil do mundo.
Para a Pimentel, as empresas mais afetadas já começaram a reorientar suas estratégias de produção e investimento. “Aqueles que tinham maior dependência do mercado dos EUA estão revisando seus planos de servir o mercado doméstico e buscar novos destinos”, concluiu.
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