O cepticismo relativamente à eficiência dos grandes conglomerados não é novo, tal como o são as incertezas do mercado que actualmente dominam as conversas entre os executivos. O que realmente mudou nos últimos anos é a forma como as empresas começaram a responder a este contexto. Em vez de expandir estruturas e portfólios indiscriminadamente, muitas organizações adotaram racionalizaçãode ajuste estratégicode reestruturação.
Neste cenário, o desinvestimento – que antes carregava a conotação de retratação – surge como uma estratégia de crescimento. Ao vender activos para investir melhor, as empresas conseguiram valor de liberaçãotornar a alocação de capital mais precisa e reduzir as complexidades operacionais.
Quando bem planeada, a separação empresarial transforma a dispersão em foco e converte estruturas demasiado amplas em retornos mais claros e tangíveis para os acionistas.
Esta prática de encolher conscientemente para crescer tem sido vista com bons olhos pelo mercado. Para os acionistas, a mensagem é muito positiva e demonstra a atenção ao negócio e a consciência de uma gestão que busca alocação eficaz de capital. Isto fica evidente a partir de dados que indicam que quando o anúncio de desinvestimento é feito, automaticamente 70% já registram valorização.
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A segunda edição do estudo “Estratégias para separações corporativas bem-sucedidas”, da Goldman Sachs e EY-Parthenon, indica que as separações geram mais de 9% de retorno para o acionista em comparação com o índice setorial.
O fato é que, em geral, quem vende e quem compra acabam tendo retornos maiores no futuro. As estatísticas mostram que dois a quatro anos depois fica claro que ambas as empresas trazem resultados superiores acionistas do que se tivessem permanecido juntos.
Um novo olhar sobre o desinvestimento
Se antes o processo de venda de ativos era considerado quando a empresa não ia bem e precisava de caixa, agora a transação planejada é altamente valorizada em um bom momento do negócio, quando nenhuma divisão está fragilizada. O estudo demonstra que se eles estiverem em posição da fortalezaos retornos serão muito mais positivos.
Portanto, compreender o momento atual e ser proativo exige análise constante. É preciso revisitar constantemente o portfólio, a concorrência e o cenário macroeconômico e avaliar se as estratégias ainda são consistentes. Isso porque, as mudanças tecnológicas, o perfil de consumo e até geopolítica Eles são rápidos e interferem intensamente nas operações.
Nesse sentido, é fundamental entender se os ativos ainda fazem sentido ou se exigem tanto capital que podem tornar o negócio ineficiente.
Portanto, um ponto principal de discussão é a frequência com que o portfólio e a alocação de capital da empresa são reavaliados. Na melhor das hipóteses, as empresas realizam esta análise uma vez por ano, mas incertezas do cenário indicar uma necessidade maior.
Para negócios mais dinâmicos, recomenda-se trimestralmente, enquanto outros poderiam realizar a avaliação semestralmente, sempre levando em consideração oportunidades de movimentos como desinvestimentos.
Sete perguntas para executivos na avaliação de transações de separação
O estudo da Goldman Sachs com a EY apresenta questões-chave para entender se é a hora e ajudar a planejar a estratégia certa de preparação de negócios para todas as fases do processo.
- A separação trará mais eficiência às operações da empresa?
- As estratégias serão diferentes para cada negócio?
- Os conflitos de interesses prejudicarão o desempenho dos ativos (por exemplo, diferenças geográficas, cadeia de abastecimento)?
- Nós somos o proprietários certos para este negócio?
- Temos a equipe de gestão e o governação Você está certo em liderar duas empresas independentes?
- Como a estrutura e as prioridades de capital devem ser alocadas entre os dois negócios?
- Quando é o hora certa fazer a separação?
Respondidas essas questões, entendendo que a melhor decisão é separar-se, os próximos passos exigem cautela e planejamento.
Como fazer a separação corporativa
A grande questão é: o que ficará com a empresa original e o que será vendido. O desinvestimento pode ocorrer em ativos periféricosmas também naquilo que é considerado o núcleo do negócio. O estudo mostra que quando as organizações vendem o que é percebido como seu ativo mais valiosohá um retorno ainda maior para os acionistas. No entanto, isso deve ser discutido caso a caso.
Na mesa de decisão e ao analisar qual atividade faz mais ou menos sentido, as palavras mais importantes são: alocação de capital, aproveitar e avaliação.
Geralmente vemos ativos que não apresentam um bom desempenho, não porque sejam ruins, mas porque não estão recebendo o capital necessário para serem ainda mais poderosos. Portanto, é preciso trazer o lado prático e avaliar o quão eficiente é o retorno dessas operações sob o guarda-chuva da empresa.
O dilema enfrentado pelos grandes conglomerados é equilibrar a alocação de capital entre diferentes unidades de negócios. Se eu olhar para fora, terei concorrentes que focam apenas nessa atividade, alocando 100% do seu capital lá, enquanto eu divido o meu entre diferentes frentes. Analisando esta corrida, é preciso entender se ela está sendo alocada fôlego suficiente para cada um deles chegar ao final da maratona.
Vale ressaltar que muitas vezes há até questões emocionais envolvidos nos conselhos. Imagine que a empresa começou com um determinado ativo, cresceu a partir dele e expandiu, mas chegou a hora de se desfazer dessa atividade. Nestes casos, uma diretoria e uma visão externa ajudam na discussão, trazendo a razão à luz.
O ponto chave é fazer uma análise profunda e entender que não é preciso abraçar tudo: basta concentre-se em onde o desempenho é melhor e repassar o restante para quem puder assumir essa operação com mais foco.
Quanto custa uma separação corporativa e quanto tempo leva?
Você custos operacionais do processo de separação variam entre 2% e 6% do valor de venda. E é importante dizer que entre 30% e 50% desses gastos são em tecnologia. Portanto, é essencial envolver os CIOs e incentivá-los a pensar em novos modelos, em vez de replicar os existentes.
O estudo indica alavancas para reduzir gastos relacionados à tecnologia, como estratégia que prioriza a nuvemuso de inteligência artificialacordos de partilha de dados e implementação de uma forte separação de TI e governação de custos.
Em relação ao tempo de execução de uma transação de separação, o processo é longo, durando em média 12 meses. Vale ressaltar que no caso das transações acima 10 bilhões de dólarescom vários países envolvidos, este período tende a estender-se para cerca de 16 ou 18 meses.
O papel da liderança na separação de negócios
Equipas de gestão focadas são indispensáveis para a reestruturação e o sucesso futuro das empresas após a separação. Uma diretriz importante é anunciar o equipes de liderança no início do processo, para que haja tempo suficiente para oportunidades de treinamento, bem como para o entendimento do negócio, principalmente se as equipes vierem do exterior.
O estudo traz dados interessantes que mostram que a liderança da nova empresa tem grande impacto nos resultados pós-separação. A decisão da equipe de gestão é supercrítico execução e preparação, mas também gestão no futuro.
Tal como no processo de M&A, enfatizamos fortemente a questão da nova cultura de liderançae, na separação, o pensamento é o mesmo.
O comunicação transparente também tem um grande impacto durante a jornada e no resultado. Para evitar incertezas e insegurança, é fundamental manter um diálogo aberto e claro com todos os envolvidos para que haja confiança e engajamento na jornada.
Conclusão
No Brasil, temos visto separações importantes de ativos estratégicos em diferentes áreas, como mineração, energia e saúde. Em geral, eles provaram ser um caminho poderoso para gerar valor e o mercado é muito receptivo a esse tipo de transação.
Portanto, é fundamental analisar frequentemente carteiras, avaliar ativos e aproveitar oportunidades que o movimento de desinvestimento traz.
Porém, é preciso mergulhar nessa jornada com critério e planejamento, pois é um processo que leva tempo e tem um custo significativo, mas que deixa claro que haverá um feedback muito positivo no médio e longo prazo.
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