O Ministro das Finanças, Fernando Haddadafirmou neste sábado (18), durante evento ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo (SP), que a orientação do governo para incluir os “pobres no orçamento e os ricos no Imposto de Renda” causa desconforto entre as classes altasa quem ele se referiu como “lá em cima”.
Segundo Haddad, o sistema tributário brasileiro pesa desproporcionalmente sobre os trabalhadores. “No Brasil quem paga impostos é a classe trabalhadora. À medida que você sobe na escala social, chega um ponto que o Estado não acompanha mais e essas pessoas param de pagar impostos”, afirmou.
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Mudança na lógica fiscal
O ministro relatou que quando Lula o chamou para chefiar a Fazenda, “ele determinou: ‘Haddad, vou convidar você para ser ministro da Fazenda, mas você tem que me prometer uma coisa, vamos cumprir meu slogan de campanha, são os pobres no orçamento e os ricos no Imposto de Renda. Esse grupo tem que pagar impostos”, disse.
Para Haddad, isso mudança de postura é o que tem gerado resistência entre os mais ricos. “É isso que está mudando e é isso que nos incomoda. Você não imagina o quanto isso incomoda o andar de cima”, acrescentou.
Ricardo Stuckert/PR
Lula reforça mensagem de soberania
Durante o evento com alunos da Rede de Cursinhos Populares (CPOP), Lula também fez discurso em defesa da integração latino-americana e da soberania nacional. O presidente citou a criação da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu, como símbolo dessa visão.
“Queremos formar uma doutrina latino-americana, com estudantes da região, para que possamos sonhar com um continente independente. Nunca mais um presidente de outro país deverá ousar falar rudemente com o Brasil, porque não aceitaremos”, declarou Lula.
A desigualdade reforça o discurso a favor da mudança fiscal
A posição do Ministro Haddad surge num momento em que um estudo sobre o Observatório Fiscal da UEem parceria com Receita Federalrevelou que o O 1% mais rico do país é responsável por 27,4% de toda a renda nacionalo que coloca o Brasil entre as nações mais desiguais do mundo. Dentro deste grupo, o 0,1% mais ricocerca de 150 mil pessoas, detém 12,4% da renda, enquanto o 0,01% mais rico reúne 6,1%. A pesquisa mostra que o sistema tributário brasileiro está altamente regressivo: enquanto o brasileiro médio paga 42,5% de sua renda em impostos, os milionários em dólares têm uma carga efetiva de apenas 20,6%.
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