O produto interno bruto do Brasil (PIB) cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, impulsionado principalmente para o desempenho agrícola. Apesar do resultado positivo, os economistas alertam sobre os desafios estruturais da economia no curto prazo.
Para Carlos Kawall, sócio da ORIZ Partners, “a economia é boa, mas está em uma condição anômala, porque o interesse real é muito alto”. A declaração foi dada durante uma entrevista com Money Times Brasilde Times Brasil – CNBC exclusivo licenciadoonde o economista analisou os números e perspectivas do PIB para os próximos meses.
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Agro e serviços apóiam o crescimento
Kawall explicou que o aumento de 12,2% na agricultura em comparação com o trimestre anterior foi decisivo para o resultado. Segundo ele, mesmo desconsiderando a contribuição do setor, o PIB teria avançado 0,8%, um ritmo que anualizado excede 3%.
“O número veio dentro do esperado, mas indica um crescimento para 2025 acima do que foi imaginado no final de 2024”, disse ele. Na avaliação do economista, os dados levaram o mercado a revisar as projeções para este ano, que devem estar entre 2% e 2,5%.
O setor de serviços também foi destacado por Kawall, que apontou o impacto de um mercado de trabalho quente. “O setor de serviços atingiu, junto com o PIB, o maior nível da série histórica”, disse ele.
Segundo trimestre sob o efeito de interesse
Para o segundo trimestre, Kawall prevê o menor impacto da agricultura devido à sazonalidade da colheita e a uma economia pressionada pela política monetária restritiva. Segundo ele, o aumento do IOF nas operações de crédito e altas taxas de juros deve afetar setores como produtos automotivos, produtos duráveis e construção.
No entanto, o economista destacou a resiliência do mercado de trabalho e as medidas de estímulo adotadas pelo governo, como empréstimos de folha de pagamento privados e a proposta de isenção de imposto de renda por receita de até US $ 5.000 até 2025.
“As medidas sugerem que o lado mais ligado ao mercado de trabalho e a baixa renda permanecerá forte”, disse Kawall, acrescentando que isso garante a possibilidade de o PIB registrar um novo aumento em 2% até 2025.
A indústria continua com dificuldades
A indústria brasileira, por outro lado, permanece em cenário adverso. Kawall lembrou que o setor fechou o primeiro trimestre com uma retração de 0,1% em comparação com o quarto trimestre de 2024. Ele explicou que setores de crédito mais sensíveis, como durável, automotivo e construção, são pressionados.
“O que move a maior parte do PIB é o setor de serviços, apoiado pelo forte mercado de trabalho e políticas de expansão de impostos e crédito”, disse ele.
Dissonância entre política monetária e fiscal
Kawall chamou a atenção para a inconsistência entre a política monetária do Banco Central e a política fiscal do governo. Segundo ele, enquanto o BC tenta desacelerar a economia para conter a inflação, o governo federal mantém estímulos que apóiam o consumo e a atividade.
“É essa inconsistência que explica o equilíbrio da economia com taxas de juros reais muito mais altas”, disse Kawall. Para o economista, essa situação aumenta o risco de desaceleração mais severa quando os estímulos cessarem ou o peso das altas taxas de juros se torna insustentável.
Iof a crédito é criticado
O aumento do IOF em operações de crédito anunciado pelo governo foi criticado pelo economista. Kawall afirmou que a medida surpreendeu o mercado financeiro e o setor produtivo e classificou a decisão como inapropriada.
“O governo está usando um imposto com função regulatória para fins de coleta”, afirmou. Segundo ele, a expectativa é que o Congresso analise a questão e decida manter ou suspender a medida, dada a pressão do setor produtivo.
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