O setor de saúde mantém ritmo constante nas operações de fusões e aquisições no Brasil. Entre 2003 e 2023, foram registradas mais de 817 transações, segundo a KPMG, movimentando cerca de R$ 90 bilhões. Este avanço reflete mudanças estruturais e o crescente interesse dos investidores em negócios ligados à assistência e à gestão.
Durante muitos anos, o setor foi composto por hospitais, laboratórios e clínicas que atuavam regionalmente. Nas últimas duas décadas, esse padrão mudou com o avanço dos grandes grupos e a aceleração das aquisições. A expansão de empresas como Rede D’Or e Hapvida ampliou a escala do setor e abriu espaço para novos ciclos de investimentos em especialidades, como a oncologia.
Daniel Lasse, CEO da Value Capital, explica que a consolidação cria redes maiores e melhora a eficiência. “O que era um conjunto disperso de operações hoje está organizado em estruturas integradas. Isso torna o setor mais competitivo e atrai interessados em ganhar presença nacional”, afirma.
Um setor que não depende do ciclo económico
Mesmo em períodos de altas taxas de juros, o saúde continua com demanda estável. Em 2024, os gastos públicos atingiram R$ 215,9 bilhões. Nas famílias, os gastos com medicamentos totalizaram R$ 215,8 bilhões, segundo o IPC Maps. O consumo não diminui em tempos de incerteza, o que dá mais previsibilidade ao setor.
Lasse observa que esse comportamento reforça o interesse dos investidores. “Ao contrário de outras áreas, a demanda por saúde não é adiado. Isso ajuda a manter o fluxo das operações, independente do cenário macroeconômico”, afirma.
Demografia e tecnologia redesenham o setor de saúde
Dois elementos impulsionaram novas transações: o envelhecimento da população e o avanço da digitalização. As projeções do IBGE mostram que um em cada quatro brasileiros será idoso em 2060, o que pressiona a rede de saúde e aumenta a procura por serviços especializados.
Ao mesmo tempo, as healthtechs e as soluções digitais mudam a forma como as clínicas e os hospitais operam. A tecnologia melhora processos, reduz custos e gera modelos de negócios que atraem o interesse dos investidores.
Para onde vai a capital
Hospitais e operadoras já passaram por intensos ciclos de consolidação. Agora, o foco muda para clínicas especializadas, que têm visto um número cada vez maior de aquisições. Também ganham espaço as integrações entre prestadores e planos de saúde, estratégia que busca reduzir custos e garantir o controle de toda a jornada do paciente.
As operações deixam de ser apenas horizontais — quando empresas semelhantes se unem — e passam a incluir movimentos verticais, que conectam diferentes pontos da cadeia de suprimentos. saúde. “Esse tipo de estrutura gera sinergias e ajuda a preservar margens em um ambiente competitivo”, afirma Lasse.
Segmentos como oncologia e internação domiciliar têm chamado a atenção dos investidores, dada a complexidade dos tratamentos e a necessidade de maior escala para apoiar o modelo financeiro.
O que esperar de 2026 para a saúde
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Para o próximo ano, os especialistas projetam que o movimento de consolidação continue. Cidades médias deverão receber mais investimentos, clínicas especializadas deverão permanecer no centro das negociações e novos fundos de investimentos capital privado deve entrar no setor.
“Mesmo com desafios de curto prazo, como taxas de juros ainda elevadas, o saúde tende a manter um volume relevante de operações. O setor combina necessidade social, previsibilidade e espaço para expansão. Isso explica porque continuará no radar dos investidores”, afirma Lasse.
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