Vieira diz que reunião com Rubio foi positiva, mas não anuncia resultados concretos

O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, afirmou no início da noite desta quinta-feira (16) que a conversa com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, foi “muito produtiva”. O chanceler afirmou que há vontade de ambos os lados de “trabalharem juntos”, mas não anunciou resultados concretos da reunião em relação às tarifas.

Vieira afirmou ainda que as equipes brasileira e americana devem manter contato para avançar em novas agendas entre as autoridades, incluindo uma reunião entre Lula e Trump. Ele afirmou que ainda não há uma data pré-definida, apenas “interesse de ambos os lados”. O ministro não detalhou quais assuntos foram discutidos.

A reunião, que durou pouco mais de uma hora, marca a retomada do negociações comerciais entre os dois paísesabalado desde o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciado Tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras.

Nos bastidores

Segundo interlocutores, o encontro foi dividido em duas partesdurando cerca de uma hora no total. A princípio, o encontro foi privado entre Vieira e Rubio. A embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Ribeiro Viotti, também teria participado dessa conversa, segundo o Estadão Conteúdo. Essa primeira parte durou cerca de 15 minutos, segundo interlocutores.

Posteriormente, houve uma reunião ampliada. Do lado brasileiro, os embaixadores Maurício Lyrio, Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente; Philip Gough, Secretário para Assuntos Económicos e Financeiros; e Joel Sampaio, chefe da Assessoria Especial de Comunicação Social. Do lado dos EUA, o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, teria participado da segunda parte da conversa ampliada. Esta segunda parte teria durado cerca de 50 minutoss, segundo fontes do governo brasileiro.

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Relações bilaterais em foco

A reunião desta quinta-feira foi vista como crucial para redefinir o tom das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, em meio a um cenário global de tensões econômicas. A reunião também deverá servir como termômetro político medir o grau de diálogo entre Lula e Trump — dois líderes com visões diferentes sobre o comércio internacional, mas conscientes da importância estratégica da relação entre duas maiores economias da América.

Para Rodrigo Amaral, professor de Relações Internacionais da PUC-SP, a reunião de autoridades demonstra uma postura tradicional na relação Brasil-Estados Unidos. “Em todos os atritos entre os dois países, houve depois uma normalização da relação bilateral”, explica o especialista. “O episódio de hoje é a busca por essa normalização, mesmo que não haja um resultado concreto, há uma fase preliminar.”

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