Leonardo, o segundo maior conglomerado industrial da Itália, anunciou na segunda -feira (8) a aquisição de veículos de defesa da Iveco (IDV), a divisão militar do Grupo Iveco, por 1,7 bilhão de euros (cerca de US $ 10,8 bilhões, na citação atual). A operação será financiada com recursos em dinheiro e deve ser concluída no primeiro trimestre de 2026, condicionada à aprovação de órgãos regulatórios.
O acordo marca um avanço significativo na estratégia de crescimento inorgânico de Leonardo, que busca consolidar sua posição como líder no mercado europeu de defesa terrestre.
A transação prevê a integração das habilidades industriais e tecnológicas de Leonardo com sistemas já desenvolvidos pela IDV, incluindo a incorporação de sensores de combate e torres eletrônicas avançadas em veículos blindados. O objetivo é expandir a eficácia operacional das plataformas, acelerar processos de inovação e criar novas oportunidades de treinamento profissional.
Venda global e reestruturação IVECO
A venda da IDV faz parte de um pacote de reestruturação maior do grupo Iveco, que também alienou sua divisão de veículos comerciais para a Tata Motors da Índia. A quantia das duas operações atinge cerca de 5,5 bilhões de euros (R $ 35,03 bilhões), dos quais 1,7 bilhão de euros (R $ 10,83 bilhões) foram pagos por Leonardo e aproximadamente 3,8 bilhões de euros (R $ 24,11 bilhões) pela TATA.
A decisão de vender IDV para Leonardo – apesar das propostas mais altas, como a General Dynamics, estimadas em 1,9 bilhão de euros (US $ 12,1 bilhões) – teve uma forte influência do governo italiano, que optou por manter ativos estratégicos sob controle nacional.
A operação com Tata, por outro lado, foi vista como uma oportunidade de fortalecer alianças com países emergentes, preservando parte da produção e know-how na Europa.
Brasil como um vínculo estratégico
A aquisição também tem implicações diretas para o Brasil, onde a IDV mantém operações industriais desde 2013 através da Unidade da América Latina do IDV em Sete Lagoas (MG). A fábrica é responsável pela produção de veículos blindados, como Guarani 6 × 6 e LMV-BR (Guaicurus), empregado pelo Exército Brasileiro.
Desde o início da parceria, mais de 700 unidades Guarani foram entregues às forças armadas. Em julho de 2024, um novo contrato foi assinado para o fornecimento de 420 unidades LMV-BR 2 em 10 anos, fortalecendo a cadeia de produção nacional e a cooperação tecnológica entre o Brasil e a Itália.
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Além da produção de grande escala, o IDV também participa dos processos existentes de manutenção e modernização da frota. Em abril de 2025, três veículos blindados do Lince K2 multitarefa, comprados pelo Exército em 2018, foram enviados para manutenção na Unidade Sete Lagoas, sem nenhum custo adicional para forçar.
O objetivo era recuperar a capacidade operacional dos veículos após sete anos de uso em operações como a intervenção federal no Rio de Janeiro. A operação também incluiu o treinamento das forças armadas brasileiras para manutenção autônoma, expandindo a auto -suficiência da base de logística do Exército.
Projeção e impacto da aquisição
Com a consolidação da compra da IDV, Leonardo expande significativamente sua capacidade de produção de sistemas terrestres, tornando -se parte dos principais fabricantes globais de veículos leves, médios e pesados.
A aquisição também reforça a posição da empresa no mercado sul -americano, onde o Brasil representa um dos maiores orçamentos de defesa da região, com uma previsão de R $ 131,8 bilhões em gastos militares em 2025, de acordo com dados do Ministério da Defesa.
O portfólio IDV inclui, além dos veículos citados, caminhões táticos e de logística adaptados aos requisitos militares, todos com produção ou integração parcial no Brasil. A sinergia com Leonardo deve acelerar a incorporação de novos sistemas de combate, sensores e automação nos modelos existentes, aumentando o grau de nacionalização e contribuindo para o fortalecimento da base de defesa industrial brasileira (BID).
O movimento também sinaliza uma mudança no panorama da indústria de defesa global, marcada por fusões e aquisições destinadas a consolidar habilidades e expansão do portfólio. Leonardo, que em 2024 já havia adquirido 25% da Hensoldt, na Alemanha, fortalece seu protagonismo europeu, unificando plataformas terrestres com sistemas de eletrônicos militares avançados.
Com a operação, o IDV não faz mais parte de um grupo civil-militar diversificado e faz parte de uma empresa dedicada exclusivamente ao setor de defesa e aeroespacial. No Brasil, a mudança pode resultar em novos contratos, expansão da produção local e modernização das capacidades existentes, de acordo com os objetivos da estratégia de defesa nacional.
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