O corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros nos Estados Unidos terá impacto limitado na política monetária brasileira, mas poderá afetar a taxa de câmbio, disse o economista Otto Nogami, sócio da Nogami Economia & Strategies e professor do Insper, em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo da CNBC.
“A influência é praticamente nula na política de juros, porque o momento inflacionário brasileiro é totalmente diferente do americano. Mas pode haver impacto no fluxo de capitais”, disse. “Se houver uma entrada mais forte de capital estrangeiro, nossa moeda tende a se valorizar, e isso chega em um momento oportuno, já que no final do ano costuma haver uma saída maior de dólares.”
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Para o especialista, a decisão do Fed reflete a incerteza causada pela atual desligar e a escassez de dados econômicos: “O principal motivo está ligado exatamente a este momento de desligar que os EUA estão vivenciando, porque como você não tem informações completas, isso acaba abrindo uma brecha para o Fed acomodar possíveis interesses políticos”.
Segundo ele, a autoridade monetária atua com cautela diante da falta de dados mais consistentes sobre inflação e emprego.
Nogami considerou que teria adotado uma postura mais conservadora diante do cenário inflacionário e dos efeitos ainda imprevisíveis das tarifas americanas. “Apesar desta inflação moderada, não podemos esquecer os efeitos das tarifas sobre vários sectores da economia norte-americana. À medida que o IPC comece a incorporar plenamente estes efeitos, esta tendência de moderação poderá ser revertida”, afirmou.
Destacou que a redução das taxas de juro pode criar um dilema para a Reserva Federal, ao mesmo tempo que estimula a economia e pressiona os preços. “À medida que você reduz a taxa de juros, a demanda tende a aumentar. E o grande problema é o lado da oferta: os produtores americanos hoje estão mais cautelosos, não respondem tão rapidamente como no passado. Se o setor produtivo não tiver capacidade de resposta imediata, esse desequilíbrio poderá se refletir nos preços no curto prazo.”
O economista também apontou sinais de influência política na decisão do banco central americano. “A pressão estava sendo muito grande. A partir do momento que surge essa lacuna devido ao desligartalvez tenham visto politicamente esse caminho para, pelo menos no curto prazo, acomodar interesses”, afirmou. “Não é propriamente uma decisão política, mas há, sim, uma influência política na condução da política monetária norte-americana”.
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