O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)votou nesta sexta-feira (7) pela rejeição de último recurso do ex-presidente Jair Bolsonaro contra a sua condenação a 27 anos e três meses de prisão por crimes contra a democracia. 
Moraes também votou pela rejeição dos recursos de outros seis réus no caso. O grupo é formado por aliados de Bolsonaro que compunham o chamado “núcleo crucial” da trama golpista, ou núcleo 1, segundo divisão feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
O julgamento desses recursos é o última etapa que separa os condenados de uma possível ordem de cumprimento da pena. Como relator, Moraes abriu a votação e os demais ministros da Primeira Turma – Cristiano Zanin, Flávio Dino e Cármen Lúcia – têm até o dia 14 de novembro para votar.
Ministro Luiz Fux, Único a se manifestar pela absolvição de Bolsonaro e outros acusados do grupo crucial, ele não participa do julgamento dos recursos. Em outubro, o magistrado passou da Primeira para a Segunda Turma do Supremo, ocupando vaga aberta com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso.
Ao anunciar a troca, Fux disse que gostaria de continuar participando do julgamento de Bolsonaro, mas acabou não formalizando nenhum pedido nesse sentido. O Supremo confirmou que, neste caso, prevalece o Regimento Interno, que não prevê a participação do ministro de uma turma no julgamento da outra.
Os recursos em julgamento são pedidos de declaração, que servem para esclarecer qualquer contradição ou omissão no texto final da condenação. Em tese, mesmo que aceito, esse tipo de recurso não seria capaz de alterar o resultado do julgamento.
Rejeição de argumentos
Em seu voto, Moraes afirmou que o recurso de Bolsonaro não apresentou, de fato, contradições, ambiguidades ou obscuridade na condenação, e que os embargos representavam “mero descumprimento do resultado do julgamento”.
O ministro rejeitou mais uma vez questões ligadas à sua suspeição no julgamento do caso e também à restrição da defesa. Moraes destacou que ambas as questões já foram “completamente analisadas” ao longo do julgamento.
O ministro também negou a tentativa da defesa de desvincular Bolsonaro dos ataques antidemocráticos do dia 8 de janeiro, quando seus apoiadores invadiram e vandalizaram a sede dos Três Poderes, em Brasília.
“Diferentemente do que alega a Defesa de Jair Messias Bolsonaro, não há contradição na decisão condenatória quanto à prática criminosa do réu nos atos ilícitos ocorridos em 08/01/2023”.
A defesa de Bolsonaro também havia pedido o recálculo de sua pena, argumentando que, mesmo tendo realizado atos preparatórios ao golpe, desistiu da tentativa de golpe antes de concluí-la.
Os advogados evocaram o princípio da retirada voluntária, previsto no Código Penal. Segundo este princípio, o condenado só é responsável pelos actos praticados até ao momento em que desistiu de cometer o crime.
Neste ponto, Moraes afirmou que a condenação “baseou-se na análise das condutas alegadas na denúncia e comprovadas durante a investigação processual, de modo que ficou demonstrado que não houve desistência voluntária em relação aos crimes pelos quais foi condenado”.
Prisão em Papuda
Caso o indeferimento dos recursos seja confirmado pela Primeira Turma, a prisão de Bolsonaro e dos demais acusados poderá ser ordenada.
Ainda não há definição do possível local onde o ex-presidente poderá cumprir a pena definitiva no processo criminal golpista. Pelo tamanho de sua pena, a legislação prevê o regime inicial fechado, em unidade prisional de segurança máxima, como o presídio da Papuda, em Brasília.
Segundo a jurisprudência, Bolsonaro também poderia ficar em uma sala do Estado-Maior, por ser ex-presidente. Trata-se de uma instalação especial, separada dos demais presos, que poderia ser instalada, por exemplo, nas dependências da Polícia Federal (PF), como aconteceu quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve preso em Curitiba.
Outra hipótese é que Bolsonaro cumpra pena em casa. A medida é uma exceção e só pode ser concedida por motivos humanitários, caso o condenado tenha alguma doença que não seja passível de tratamento na prisão.
Foi o que aconteceu com o ex-presidente Fernando Collor, que em maio deste ano recebeu prisão domiciliar por ter mal de Parkinson e ter mais de 75 anos.
Bolsonaro está atualmente em prisão domiciliar devido à investigação em que é investigado por supostamente tentar coagir o Supremo a arquivar seu caso. O caso está relacionado ao deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e às tarifas dos Estados Unidos contra o Brasil, além de sanções da Casa Branca contra ministros do Supremo Tribunal Federal e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Ao decretar a medida cautelar, Moraes citou o “risco fundado de fuga” do ex-presidente.
Os demais condenados são militares e delegados da Polícia Federal e poderão cumprir pena em quartéis das Forças Armadas ou em alas especiais na própria Papuda: Valter Braga Nettoex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice-presidente na chapa de 2022, condenado a 26 anos; Almir Garnierex-comandante da Marinha, 24 anos; Anderson Torresex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, 24 anos; Augusto Helenoex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), 21 anos; Paulo Sérgio Nogueiraex-ministro da Defesa, 19 anos; Alexandre Ramagemex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), 16 anos, um mês e 15 dias.
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