A nova escalada de tarifas promovida pelo presidente Donald Trump atingiu diretamente quatro dos cinco países do grupo BRICS – Brasil, Rússia, Índia e China – levantando questões sobre os impactos econômicos e geopolíticos da medida. Em uma entrevista com Times Brasil – CNBC exclusivo licenciadoA consultora do Banco Mundial Valdir Da Silva Bezerra analisou o cenário e apontou os riscos de um movimento isolacionista dos Estados Unidos.
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“A Coalizão do BRICS é percebida por Trump como um desafio à hegemonia dos Estados Unidos, principalmente por tópicos como a dedolarização”, disse Bezerra, mestre em relações internacionais da Universidade Estadual de São Petersburgo. Segundo ele, a tentativa dos países do bloco de fortalecer o uso de moedas nacionais no comércio exterior gerou desconforto com o atual governo dos EUA, que observa o declínio na influência do dólar nas negociações internacionais.
Estratégia individualizada
Apesar das tarifas comuns, os países do BRICS lideraram negociações com os Estados Unidos separadamente. “Não há negociação em bloco. As negociações são bilaterais, como China-Uua, Índia-It e agora Brasil-ita”, explicou Bezerra.
No caso brasileiro, o governo ainda procura abrir um canal de diálogo direto com Washington. A ausência de um acordo até agora levanta dúvidas sobre o espaço político do país para escapar das medidas impostas. Entre as barreiras está o fornecimento de insumos estratégicos, como commodities e fertilizantes agrícolas, produtos que mantêm o Brasil e a Rússia como parceiros de negócios nos EUA relevantes, mesmo diante das tensões.
Banco do Banco
Na avaliação de Bezerra, o novo Banco de Desenvolvimento (NDB), atualmente presidido por Dilma Rousseff, também influencia esse cenário. “O anúncio de que o NDB financiará parte dos projetos em moeda nacional, sem o uso do dólar, acentuou a desconfiança americana”, disse o consultor. “Isso alimenta a percepção de que o BRICS promove uma arquitetura paralela à ordem financeira liderada pelos EUA”.
A China avança na América Latina
O especialista também alertou a expansão da presença chinesa na América Latina, enquanto os Estados Unidos mantêm uma postura adicional da região. “O isolacionismo abre espaço para a China ocupar posições estratégicas, especialmente com sua política de investimento em infraestrutura e comércio”, disse ele.
Bezerra apontou que, afastando -se das práticas multilaterais, os EUA dão lugar a Pequim a se posicionar como um defensor do livre comércio e multilateralismo. “Esse movimento reposicionou a China em fóruns anteriormente dominados por Washington”, acrescentou.
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