O maior consumidor de soja do mundo, a China troca parte das compras dos EUA pela produção brasileira diante de tensões comerciais. Essa redução é atribuída não apenas às taxas impostas por Donald Trump, mas também a preços mais competitivos e maior disponibilidade de soja brasileira. No entanto, isso não significa que os produtores brasileiros devem “dormir quietos”.
“Desde o primeiro mandato de Trump, a China deu preferência a originar a soja no Brasil em detrimento do mercado dos EUA. Mas eu não diria que os produtores brasileiros podem ficar calmos”, disse Felippe Seigati, especialista em agronegócio da FGV, em uma entrevista com Times Brasil – CNBC licenciado exclusivo.
Ele também ressalta que, embora parte da nova safra brasileira já seja contratada pelos chineses, esse volume é menor do que nos anos anteriores, o que pode indicar desconforto.
Medidas dos EUA
Em meio a este cenário de outono, o governo dos EUA tem tomado medidas. O presidente dos Estados Unidos anunciou que se encontrará com Xi Jinping nas próximas semanas para lidar com a mercadoria. “Os produtores de soja em nosso país estão sendo prejudicados porque a China, apenas por razões de” negociação “, não está comprando”, disse Trump em sua rede social.
Sobre a postura de Trump, Serigati avalia que anúncios recentes fazem parte de uma estratégia de negociação. “Eles estão conversando com a China, mas também com a Indonésia e a Índia, e nesses dois casos as negociações parecem mais avançadas. Para Trump, esse anúncio é importante politicamente porque está sob pressão de sua base no meio -oeste americano, onde os produtores de grãos estão”, disse ele.
Ele lembrou que a Argentina recentemente reduziu temporariamente o imposto de exportação de soja, o que levou Pequim a adquirir grandes volumes do país vizinho. “A China está se preparando. Onde tem soja disponível, tentará comprar. Mas ninguém pode garantir que não haverá acordo com os Estados Unidos. Washington precisa vender e Pequim precisa comprar”, disse ele.
Na quinta -feira (2), o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anunciou que o governo fornecerá apoio aos agricultores dos EUA afetados pela recusa da China. “Estamos apoiando -os”, disse Bessent durante uma entrevista com CNBC, observando que o anúncio oficial sobre medidas de suporte será feito na terça -feira.
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Moratória de soja
Enquanto isso, no Brasil, a moratória da soja, um pacto assinado em 2006 que proíbe a compra dos grãos cultivados em áreas desmatadas da Amazônia, será suspenso em janeiro de 2026 e poderá aumentar a produção de commodities.
Em uma entrevista, Amanda Flávio, advogada da Confederação da Agricultura (CNA), afirma que “a moratória, supostamente um pacto ambiental, na prática é um acordo entre concorrentes que detêm 90% do mercado de soja”.
Segundo ela, o acordo afeta os preços pagos aos produtores e consumidores: “Entre 2018 e 2020, o petróleo de soja que está na mesa do consumidor aumentou 16%, possivelmente ligado à moratória da soja”.
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