O vice -presidente Geraldo Alckmin disse na quarta -feira (16), em Brasília, que o governo brasileiro está aguardando uma resposta oficial dos Estados Unidos sobre tarifas aplicadas aos produtos exportados pelo Brasil. Segundo Alckmin, a questão já foi formalmente tratada com as autoridades dos EUA, e o país permanece aberto a dialogar com empresas e representantes do setor produtivo.
“Queremos negociação urgente”, disse o vice -presidente em comentar sobre a necessidade de resolver o impasse dos EUA nas tarifas. Ele ressaltou que o Brasil busca uma solução conjunta, com o apoio de empreendedores e trabalhadores.
Em 16 de maio, um documento confidencial foi enviado por Alckmin e o chanceler Mauro Vieira, que, segundo o vice -presidente, ainda não teve resposta. O texto foi entregue ao secretário responsável nos Estados Unidos. A carta foi direcionada a Howard Lutnick e ao embaixador Grier.
Apesar da ausência de retorno oficial, Alckmin afirmou que havia um diálogo técnico até 4 de julho, inclusive no meio do feriado dos EUA. “Eles receberam muito que, em 4 de julho, havia trabalho”, disse ele, acrescentando que propostas adicionais foram feitas além do conteúdo da carta. O Brasil, segundo ele, “não esperou” e continuou em contato conosco representantes.
A investigação dos EUA sobre práticas comerciais não é sem precedentes
O vice -presidente também comentou sobre a abertura de uma nova investigação comercial dos Estados Unidos, com base na Seção 301. “Esta não é a primeira vez que esse tipo de processo começou, e o Brasil respondeu a casos semelhantes no passado”, explicou Alckmin.
“A sessão 301 já foi usada antes. O Brasil respondeu e o sujeito foi fechado”, disse ele. Ele afirmou que o país pretende apresentar argumentos para demonstrar que os pontos levantados, como o desmatamento, não se sustentam. “O desmatamento está caindo. O objetivo é zero desmatamento ilegal”.
A Alckmin citou medidas adotadas pelo Brasil, como 30%, misturando etanol e 15% de biodiesel, ambos com uma previsão de entrada em vigor em agosto. Ele também apontou que 85% da matriz elétrica brasileira é renovável e que o país criou um mercado de carbono regulado.
Empresas e relacionamento comercial
Durante o comunicado, Alckmin enfatizou o papel das empresas no diálogo entre os dois países. Ele mencionou empresas americanas como Amazon, Coca-Cola, General Motors, Johnson & Johnson e Caterpillar, participou do Brasil e dos laços comerciais bilaterais.
Segundo ele, se o comércio entre os dois países for reduzido, haverá perdas de ambos os lados. “Se o comércio cair, eles perderão. Os poucos países que eles têm um excedente importante incluem o Brasil”, disse ele.
O vice -presidente também disse que há preocupação entre empresas americanas e consumidores. “Café, suco de laranja, carne, produtos que o Brasil vende para os Estados Unidos receberão.”
O governo brasileiro espera que uma solução seja alcançada nos próximos dias. “Se houver necessidade de estender a negociação, não vejo problema. O importante é resolver”, concluiu.
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O setor de negócios tem uma posição unânime para solução negociada entre o Brasil e os EUA, diz presidente da Amcham
O Presidente da Câmara de Comércio Americano para o Brasil (Amcham), Abram Neto, disse que o setor de negócios brasileiro tem uma posição unânime a favor de uma solução negociada entre o Brasil e os Estados Unidos, dada a possibilidade de crescer tarifas sobre produtos brasileiros exportados para o mercado dos EUA.
“O sentimento, acho unânime, no setor de negócios aqui no Brasil, é buscar a construção de uma solução negociada entre os dois governos”, disse Abram Neto durante uma entrevista coletiva em Brasília, juntamente com o vice -presidente Geraldo Alckmin.
Segundo ele, o diálogo entre Amcham e o governo brasileiro foi mantido continuamente. Na reunião de terça -feira, representantes de empresas apresentaram avaliações concretas sobre os impactos que as medidas tarifárias podem gerar em suas operações.
De acordo com Abram Neto, atualmente cerca de 10.000 empresas brasileiras exportam para os Estados Unidos, gerando aproximadamente 3,2 milhões de empregos no Brasil. Ele ressaltou que esse é um relacionamento econômico relevante para ambos os países e que quaisquer taxas podem ter efeitos negativos nas duas economias.
“A discussão que procuramos fazer está dentro do escopo econômico e comum, onde há interesses importantes de ambos os lados e onde entendemos que há espaço para encontrar uma convergência”, disse ele.
Documento e nota conjunta
Abrão relatou que um documento com posições do setor de negócios foi entregue na manhã do mesmo dia às autoridades dos EUA. Além disso, mencionou a publicação no dia anterior a uma nota conjunta da Amcham e da Câmara dos EUA (a Câmara de Comércio Americana), reforçando a visão do setor privado dos Estados Unidos sobre o impacto das tarifas e a necessidade de diálogo.
Questionado sobre possíveis preocupações sobre a certeza legal no Brasil, especialmente depois de declarações recentes do presidente Donald Trump, Abram Neto disse que as empresas americanas operam na estrutura econômica-comercial e que esse é o foco das conversas mantidas com a Amcham.
“Entendemos que essa situação deve ser resolvida economicamente, comercialmente. É isso que estamos concentrando nossos esforços”, concluiu.
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