A Apple prepara um acordo estimado em US$ 1 bilhão por ano com o Google para integrar o modelo de inteligência artificial Gemini na próxima versão da assistente Siri, um movimento que marca uma mudança de rumo na estratégia da empresa e aproxima dois dos maiores concorrentes do setor. Em entrevista ao Times Brasil | Licenciado exclusivo CNBC nesta sexta-feira (7), o especialista em tecnologia e inovação, Arthur Igreja, afirmou que a decisão destaca o atraso da Apple na disputa global pela liderança em inteligência artificial.
“Isso já foi percebido pelo mercado e pelos usuários. A Siri é simplesmente a assistente pessoal menos utilizada no mundo”, disse Igreja. Segundo ele, a atuação limitada do auxiliar levou a empresa a buscar soluções externas. “A Apple está, até certo ponto, admitindo que está completamente atrasada. Tem tradição de criar soluções próprias, mas agora está tendo que abrir mão de terreno e ganhar tempo para desenvolver sua tecnologia”, afirmou.
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Parceria reflete tentativa de recuperar competitividade
O especialista explicou que a diferença entre os sistemas ajuda a entender a decisão. “O sistema de inteligência artificial da Apple tem cerca de 150 bilhões de parâmetros. O Gemini tem mais de 1,2 trilhão. Ou seja, é um sistema oito vezes mais poderoso”, afirmou.
Com isso, ele lembrou que Apple e Google mantêm há anos uma relação que combina competição e cooperação. As duas empresas têm um acordo bilionário que mantém o Google como mecanismo de busca padrão do Safari, o navegador da Apple — uma parceria que exemplifica essa dinâmica simultaneamente competitiva e interdependente.
Critérios técnicos e escolha influenciada pela privacidade
Church disse que a Apple avaliou outras opções antes de escolher o modelo do Google. “Eles fizeram testes com OpenAI e também com Anthropic, e acabaram escolhendo o Google por uma série de fatores: robustez, tamanho do modelo e características de privacidade”, relatou.
Ele destacou que a nova Siri será baseada no Gemini, mas preservará a identidade visual da Apple. “Será um sistema de marca branca. Será o Siri, mas funcionará de uma maneira completamente diferente em comparação com o que os usuários do Android usam”, disse ele.
Abordagem pode gerar questões antitruste
Além disso, ele destacou que a nova versão da Siri será desenvolvida com base no modelo Gemini, mas manterá a identidade visual e a experiência próprias da Apple. Segundo o especialista, o sistema funcionará em formato personalizado, operando de forma diferente do utilizado em dispositivos Android.
Dessa forma, o especialista avaliou que a aproximação entre Apple e Google reflete uma tendência crescente de colaboração entre grandes empresas de tecnologia. Ele observou que, embora o mercado de inteligência artificial ainda seja jovem, já é possível identificar um processo de consolidação de competências, em que cada empresa começa a se destacar em áreas específicas.
Para a Igreja, a estratégia é pragmática. “No curto prazo, estas decisões podem parecer contraditórias, mas o facto é que ninguém quer ficar para trás”, concluiu.
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