Amcham Brasil reforçou em um comunicado divulgado na quarta -feira (16), que defende a busca de uma solução negociada entre os governos do Brasil e os Estados Unidos diante do anúncio de tarifas adicionais de até 50% dos produtos brasileiros. A medida, proposta pelo governo dos EUA, pode afetar vários setores da economia nacional e interromper parte do comércio bilateral.
A manifestação ocorreu após uma reunião da entidade com o vice-presidente da República e Ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, em Brasília. A reunião foi realizada para discutir os impactos da medida americana nas empresas brasileiras.
Em uma entrevista coletiva após a reunião, o CEO da Amcham, Abram Neto, disse que a entidade está dialogando com o governo brasileiro e apresentou preocupações de empresas que operam no comércio bilateral. Segundo ele, cerca de 10.000 empresas brasileiras exportam atualmente para os EUA, apoiando 3,2 milhões de empregos no Brasil.
O executivo alertou que a tarifa, se implementada, pode ter efeitos negativos significativos não apenas para a economia brasileira, mas também para as cadeias e consumidores produtivos dos EUA. Amcham argumenta que as negociações entre os dois países são intensificadas com urgência para impedir a adoção da tarifa.
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A proposta tarifária, anunciada em 9 de julho, faz parte de uma nova abordagem do governo dos EUA, que investiga as práticas de negócios brasileiras sob a seção 301 da Lei Comercial dos EUA.
A investigação envolve tópicos como comércio digital, exportações agrícolas, biocombustíveis e questões ambientais. Os produtos potencialmente afetados incluem carne bovina, café, suco de laranja e aeronaves.
A nota divulgada hoje reforça a posição já expressa por Amcham Brasil em uma declaração conjunta com a Câmara de Comércio dos EUA, publicada na terça -feira (15), onde as duas entidades alertam que a tarifa proposta pode comprometer a estabilidade da relação bilateral, danificar pequenas empresas e afetar negativamente os consumidores em ambos os países.
Alckmin: “Queremos negociação urgente”
Durante uma conferência de imprensa na quarta -feira, Alckmin afirmou que o governo brasileiro está aguardando uma resposta oficial dos EUA à carta enviada em maio às tarifas propostas. O documento foi entregue aos representantes americanos, mas ainda não teve retorno formal, embora exista um diálogo técnico até o início de julho.
Alckmin enfatizou que o Brasil permanece aberto à negociação e atuou ativamente para buscar uma solução. Ele enfatizou que o país já enfrentou investigações anteriores com base na seção 301 da legislação americana e responderá com argumentos técnicos. Segundo ele, os pontos levantados, como o desmatamento, não justificam a medida tarifária e que o Brasil avançou em metas ambientais e políticas de sustentabilidade, como o aumento da mistura de biocombustíveis e a consolidação de um mercado regulado por carbono.
Apesar da falta de retorno definitivo dos EUA, o governo brasileiro espera que uma solução seja alcançada em julho. Alckmin enfatizou que, embora o prazo oficial para a entrada em vigor da tarifa seja 1 de agosto, a extensão das negociações não é descartada, desde que contribua para uma resolução eficaz e equilibrada do impasse comercial.
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