A retirada da tarifa de 40% pelos Estados Unidos sobre os produtos agrícolas brasileiros tende a beneficiar ambos os lados, mas seu principal efeito recai sobre questões internas americanas. É o que analisa o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
O executivo avalia que a medida deverá impactar positivamente o Brasil, do ponto de vista econômico, mas destaca a importância da continuidade das negociações, com foco em bens industriais. “Do lado industrial, o impacto ainda é muito pequeno até agora, e esse é o nosso maior interesse; porque gera atividade económica e empregos”, disse ele ao Broadcast.
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Para Castro, com a redução das sobretaxas anunciada nesta quinta (20), Trump reconheceu que a medida foi inadequada. “A princípio imaginava-se que iria gerar receitas e combater o défice interno nos EUA, mas, no final, não gerou nada disso. Resultou na verdade em inflação interna e não necessariamente em condições de combater esse défice”, detalha.
O especialista entende que, embora beneficie ambos os lados, esta revogação tem efeitos diferentes nos países. “Na lógica de Trump, era mais importante politicamente. Na lógica brasileira, economicamente”, observa.
Do ponto de vista doméstico, ele considera que, embora a medida atinja principalmente itens como carnes e café – produtos que o Brasil conseguiu redirecionar para outros mercados –, ela tende a impactar positivamente a economia, devido ao alto volume de produção desses itens.
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Ele ressalta, no entanto, que ainda é preciso avançar nas negociações com foco nos produtos industriais, e ressalta que, nesse sentido, a briga tende a ser “mais acirrada”, com a questão do custo diretamente em jogo. “Basicamente é uma questão de querer vender para os outros, e não comprar”, aponta Castro, que afirma que o custo Brasil já reduz a competitividade dos bens industriais nacionais, e que as tarifas agravam essa situação.
Também no radar das preocupações está a investigação comercial dos EUA em relação ao Brasil, que decorre no âmbito do artigo 301. Para Castro, a indefinição proporcionada pela investigação, que ainda está em curso, contribui para que o país “não consiga ter uma posição mais clara e competitiva”.
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