A indústria calçadista brasileira recebeu com otimismo a decisão dos Estados Unidos de reduzir tarifas aplicado a parte relevante dos produtos brasileiros exportados para o país. A medida, anunciada no último dia 20, não contemplou o sapato na lista de exclusões, mas foi interpretado pelo setor como um passo importante para destravar o impasse tarifário em vigor desde agosto.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), os calçados continuam sujeitos à tarifa extraordinária de 50%, criada pelo governo Trump, e que vem afetando diretamente as empresas exportadoras, especialmente no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Mesmo assim, a entidade vê espaço para avanços nas próximas semanas.
“Os Estados Unidos são o principal destino dos calçados brasileiros no exterior e a tarifa de 50% vem prejudicando o setor desde que entrou em vigor”, afirma o presidente executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira.
“A retirada de mais de 400 itens da lista é um sinal claro de que as negociações estão progredindo. Esperamos que uma solução também ocorra para o calçado até o final de 2025.”
Exportações de calçado continuam sob pressão
Em outubroO Brasil exportou 674,2 mil pares de calçados para os EUA — cerca de 310 mil pares abaixo da média histórica dos últimos dez anos para o mesmo mês.
O setor teme que a continuação de tarifas elevadas comprometa os contratos, as margens e a competitividade face aos concorrentes com acesso preferencial ao mercado norte-americano.
De janeiro a junho de 2025, Brasil exportou para os Estados Unidos US$ 111,8 milhõesequivalente a 5,8 milhões de pares. Os norte-americanos representam mais de 20% do valor total gerado pelas exportações de calçado, reforçando o peso estratégico do mercado.
Solução esperada até o final do ano
Apesar da ausência de sapatos na lista atual, a Abicalçados avalia que o ambiente de negociação melhorou significativamente. A entidade afirma que mantém diálogo contínuo com autoridades brasileiras e norte-americanas para tentar reverter a tarifa em 2025.
“O sinal é positivo. A expectativa é que a resolução final ocorra até o final deste ano”, afirma Ferreira.
O setor aposta que a exclusão de centenas de produtos brasileiros da lista abre espaço para uma revisão mais ampla, que poderia incluir segmentos intensivos em mão de obra, como o calçado – responsável por dezenas de milhares de empregos diretos e forte presença industrial no Sul e Sudeste.
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