Ex-secretário de Comércio Exterior Roberto Gianetti afirmou que Brasil e Estados Unidos deveriam fazer do etanol o eixo de uma nova agenda comercial entre os dois países. Em entrevista exclusiva com Times Brasil – Licenciado Exclusivo da CNBCo economista destacou que os governos precisam substituir a competição pela cooperaçãoespecialmente no agronegócio e no setor de biocombustíveis.
“Vamos ampliar o mercado de etanol para podermos dobrar, triplicar a produção. Estados Unidos e Brasil podem ser muito mais parceiros do que concorrentes. Acho que é isso que temos que trazer para a mesa. Vamos trabalhar em parceria com os Estados Unidos no agronegócio. negociação das commodities brasileiras é feita por negociações Americanos”, disse Gianetti.
Segundo ele, o foco dos dois países deveria ser aumentar o mercado global de etanolem frente de crescente demanda global para energia limpa. “Os países não deveriam competir uns com os outros de forma mesquinha, porque existe uma enorme procura global”, acrescentou.
Otimismo e cautela após encontro entre Lula e Trump
Gianetti avaliou como “otimista” o clima entre as delegações do Brasil e dos Estados Unidos depois do encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trumpmas avisou que medidas concretas devem levar tempo. “A atual preocupação sobre quando medidas concretas realmente ocorrerão exige paciência, devido à complexidade das negociações e às inúmeras reuniões que ainda estão por vir”, afirmou.
Para ele, parte do trabalho deveria ser feita pelo setor privado. “Os setores empresariais brasileiro e americano podem e devem assessorar os dois países”, argumentou, sugerindo que o Fórum de CEOsfórum que reúne 11 membros do setor privado do Brasil e 11 dos Estados Unidos, servir como mediador nas negociações.
O economista considera que redução tarifária ainda este ano ele seria “uma condição precedente” para avançar nas negociações. “A alta tarifa continua punindo os dois lados, porque basicamente pune mais o lado americano do que o brasileiro. Se há o objetivo de retirar tarifas e resolver uma série de questões pendentes, nada como suspender o efeito da tarifa enquanto o que é fundamental é discutido e resolvido com calma”, afirmou.
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Minerais críticos, big techs e a nova agenda bilateral
Além do agronegócio, Gianetti citou duas áreas promissoras de cooperação: minerais críticos e tecnologia. Segundo ele, é preciso construir uma compreensão privada de como trazer propostas ao setor público de ambos os países. “No caso de minerais críticos, temos que ter um via rápidaagilidade no licenciamento ambiental em minerais, de forma que o prazo máximo para obtenção da licença seja, digamos, um ano. É mais que necessário. Se não, quero dizer, não precisaremos dessas terras raras em cinco ou dez anos. Precisamos disso agora.”
Gianetti também defende a criação de um acordo retirar — compromisso de compra de longo prazo para preço mínimo garantido – para dar segurança e previsibilidade investimentos em minerais estratégicos. Ele também mencionou o papel do grandes tecnologiasque, segundo o economista, precisa passar por processos de licenciamento e autorregulação. “Acho que, nesse caso, organizações não governamentais, ONGs, que trabalham na questão da autorregulação, também teriam que entrar para criar um caminho para que não haja abuso no uso de big techs para notícias falsas.”
Concorrência com a China e visão de longo prazo
Ao comentar o negociações comerciais entre os Estados Unidos e a ChinaGianetti classificou o A concorrência americana no agronegócio é saudávelpara forçar eficiência e inovação. “Ter o monopólio de fornecimento é uma responsabilidade, uma interdependência muito grande que, aliás, às vezes até complica a relação. Temos que ser competentes, ter melhor preço, melhor qualidade, entrega, confiabilidade — e já conseguimos isso na China.”
Para o ex-secretário, cooperação em etanol e minerais críticos poderia marcar uma nova etapa na relação bilateralcapaz de unir crescimento económico, sustentabilidade e segurança energética em torno de uma agenda pragmática.
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