A decisão do vice-Hugo Motta (republicanos-PB) de antecipar a votação que poderia derrubar o aumento do Iof surpreendeu o governo federal e mostrou a dificuldade da articulação política do Planalto para conter movimentos independentes na Câmara.
A ação foi organizada sem consulta prévia com os líderes do partido e contradiz a expectativa de que a questão seja discutida somente após o recesso parlamentar informal em julho.
De acordo com o analista de políticas do Times Brasil – CNBC exclusivo licenciadoJulia Lindner, o governo e os líderes do partido foram pegos de surpresa. Ela relatou que de manhã não havia entendimento do que motivou o movimento de Motta, que agiu isoladamente para evitar vazamentos e assumiu pessoalmente a divulgação da iniciativa.
O episódio, na avaliação do comentarista, agravou o ambiente de instabilidade no Congresso e abriu uma nova crise no relacionamento entre o Palácio Planalto e a Casa. Lindner disse que, além do impasse em torno do IOF, o movimento reflete as articulações precoces para as eleições de 2026 e o descontentamento com a liberação de emendas parlamentares, que é esperada.
Os membros do governo já admitem, nos bastidores, lamentam apoiar a eleição de Hugo Motta. Lindner explicou que, na época, o governo não tinha força política para lançar seu próprio candidato e optou por apoiar o nome patrocinado por Arthur Lira (PP-AL), para evitar maior isolamento na Câmara.
Clima de tensão e novas articulações
A antecipação da votação ocorreu em meio a queixas dos parlamentares sobre o ritmo de liberação de recursos. O governo, até agora, liberou menos de US $ 1 bilhão em um total de US $ 50 bilhões programados para o ano, o que aumentou o descontentamento na Câmara e no Senado.
Para Lindner, o gesto de Motta foi apoiado por outros líderes e senadores do centro, como David Alcolumbre (Union-AP), e foi outro indicativo da dificuldade do executivo em manter o controle sobre a agenda legislativa. Ela afirmou que o vice tem o apoio de nomes de oposição, como Ciro Nogueira e ex -prefeito Eduardo Cunha, e que sua postura tende a se consolidar nos próximos meses.
O analista também lembrou que há expectativa de uma reunião na sexta -feira (27) na Suprema Corte federal, com a participação de Motta, Alcohubre e o ministro Flávio Dino, para discutir as regras de liberação de emendas parlamentares. A tendência, segundo ela, é que a reunião reforça a insatisfação do Legislativo com qualquer tentativa de restringir a transferência de recursos.
Para Lindner, o episódio revela a dificuldade do governo em conter os avanços do Centro, que, em momentos decisivos, impõe votar sem negociação prévia. Na avaliação do comentarista, embora o platô tente sinalizar uma disposição para o diálogo, a base de apoio no Congresso permanece instável e o executivo permanece refém da dinâmica imposta pelos líderes das duas casas.
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Lindbergh diz que Gleisi não pôde falar com Motta depois que ele guiou um projeto que derruba
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), disse que o Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, não conseguiu falar com o prefeito, Hugo Motta (republicanos-PB), após o anúncio via X para orientar o projeto que derrubou as mudanças nas alterações nos impostos sobre operações financeiras (IOF). A declaração foi dada em uma entrevista na quarta -feira (26), a Globonews.
O deputado reiterou que o governo federal ficou surpreso com a tomada de decisão de Motta, especialmente após a reunião entre o prefeito, o presidente do Senado, David Alcolumbre (Brasil-AP Union) e o ministro das Finanças, Fernando Haddad.
Ele reiterou que Motta está cometendo um grande erro e que a conseqüência imediata é uma contingência imediata de US $ 12 bilhões, pois a oposição quer “pegar dinheiro” do platô. “É um tipo de estrangulamento do governo do presidente Lula. Acho que não podemos antecipar as eleições de 2026 para esse momento”, disse Lindbergh. “Eles querem passar uma mensagem. Acho que estão passando uma mensagem ruim para o Brasil”.
Segundo o deputado, os fatores que influenciaram a reviravolta contra o executivo envolvem uma questão do saguão das empresas do setor econômico. O Petista também disse que haverá uma audiência pública sobre emendas parlamentares na próxima sexta -feira (27), convocada pelo ministro da Suprema Corte, Flávio Dino.
“Se você cortar outros US $ 12 bilhões este ano, você cortou o programa social e nossa alternativa é muito razoável: cobrar alguns dos que mais ganham. (…) precisa tributar os mais ricos, que 0,01% da população brasileira”, diz Lindbergh. “Espero que você tenha uma reviravolta porque aqui todos vão perder … estamos abertos para discutir o corte de despesas”.
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