A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos iniciou um teste de estresse para a indústria e o agronegócio brasileiro. Nas primeiras quatro semanas, o setor privado operou em dois eixos: abertura de canais comerciais em Washington e recalibrando as vendas externas para preservar as receitas, enquanto o campo político segue como o principal gargalo.
Durante esse período, o governo federal lançou o plano soberano Brasil, um pacote de medidas econômicas, trabalhistas e diplomáticas para mitigar os efeitos das tarifas. Terá R $ 30 bilhões em crédito com juros reduzidos, adiamento de impostos federais, extensão do regime de Desvantagem e retomada de Reintegraçãocom taxas de até 6% para micro e pequenas empresas até 2026.
Além disso, ele criou uma Câmara de Monitoramento de Emprego nacional e intensificou a ofensiva diplomática, com ação apresentada na OMC e abrindo novos mercados em países como Canadá, Índia e Vietnã.
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A indústria foi para o campo
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) trouxe a Washington uma delegação de 130 empresários, federações e associações setoriais. O presidente da entidade, Ricardo Alban, definiu o equilíbrio como “missão cumprida” em relação ao setor privado: reuniões com o Departamento de Comércio, Departamento de Estado, parlamentares e audiência na USTR (que investiga práticas comerciais brasileiras).
Alban reconheceu, no entanto, que nenhuma solução concreta deixou a tabela: a remoção ou a ampla redução das tarifas exige a negociação do governo para o governo. A indústria tem sido preparar o terreno, reduzir o ruído e ter ativos de interesse bilateral.
Três letras na manga: SAF, data centers e minerais críticos
Para transformar a crise em uma oportunidade, a CNI aproveitou três frentes de cooperação bem recebidas pelos interlocutores dos EUA:
- Combustível de aviação sustentável (SAF): Chands agro, química e logística de ar e pode ancorar investimentos produtivos binacionais.
- Centers de dados sustentáveis: A matriz elétrica brasileira principalmente renovável é um ativo para a IA e nuvem; O Brasil se oferece como um fornecedor competitivo de energia limpa e infraestrutura.
- Minerais críticos e terras raras: Segunda maior reserva global, com ênfase na mineração sustentável – um vínculo essencial para transição e eletrificação energética.
A avaliação interna do CNI é que a agenda “Oportunidades + Energia/Segurança Tecnológica” ajuda a requalificar o diálogo em um momento em que o comércio está bloqueado por razões políticas.
Barreiras políticas, ritmo técnico
Alban enfatizou que, em um tempo muito curto, não há perspectiva de redução de taxas gerais, mas as isenções pontuais podem surgir à medida que a ponte política amadurece. Segundo ele, houve uma sinalização de receptividade para “proposital e ousado” e canal aberto para conversas com as autoridades dos EUA, incluindo o potencial diálogo via vice-presidente Geraldo Alckmin. Até então, a CNI mantém medidas paliativas e expande contatos internacionais para mitigar os danos.
Do lado governamental, além de negociações diretas em Washington, o platô chamado Lei de reciprocidadeAprovado em abril, que autoriza medidas comerciais simétricas contra países que impõem barreiras unilaterais às exportações brasileiras. O objetivo é dar aos instrumentos do Brasil para reagir enquanto procura novos parceiros.
Agro na linha de frente
Enquanto o setor abriu portas, o agronegócio levou os EUA a uma defesa técnica contra a investigação começou com base na seção 301 da lei de comércio. A CNA, através de seu diretor de relações internacionais, Sueme Mori, combatiu acusações de práticas injustas e sustentou que a competitividade do setor decorre de condições naturais, pesquisa e inovação, não benefícios indevidos.
Fatos ancorados em números
- Apenas 5,5% das exportações agro operam com taxas preferidas; Mais de 90% das importações seguem o princípio da nação mais preferido (tratamento isonômico).
- Estrutura Ambiental: Com 66% do território coberto pela vegetação nativa – meio preservada dentro de propriedades privadas – o Brasil exibe uma das mais rigorosas estrutura do mundo.
- Interdependência: Os EUA são o terceiro destino das exportações agrícolas do Brasil e fornecedor -chave de insumos, máquinas e sementes.
A CNA entrou com uma defesa por escrito em agosto e participou de uma audiência pública nesta semana, reforçando a legalidade das políticas em três eixos da investigação: taxas preferenciais, acesso ao etanol e mercado de desmatamento.
Etanol Vira Ponte
No dossiê, o etanol surge como um ponto de convergência. A CNA lembrou que o Brasil importou 17 vezes mais etanol nos EUA do que da Índia em 2024 e que o programa Renovabio está aberto a produtores estrangeiros que atendem aos critérios técnicos e ambientais. Ao lado da SAF (com matérias -primas como Macaúba), o biocombustível se apresenta como um trem de cooperação energética, com efeitos no equilíbrio de carbono, agronegócio e cadeias de logística.
Exportações: desvio de fluxo e travesseiros setoriais
Com os mais caros, as empresas aceleraram estratégias de redirecionamento. Em Agro, a carne se moveu parte dos volumes perdidos para a China e a Argentina; No café, a exposição dos EUA acendeu o alerta em cooperativas e comerciantes – a substituição existe, mas leva tempo para a especificidade de misturas e contratos.
No industrial, máquinas e equipamentos sentiram o núcleo de Thud; Setores como pedras aeronáuticas e ornamentais enfrentam dificuldades para se mudar no curto prazo. Paralelamente, fabricado com demanda argentina encontrou um fluxo mais rápido.
O que funcionou – e o que ainda é salário
Trabalhado: Antecipação de remessas nas janelas antes do aumento efetivo das tarifas; Diversificação por destino em Agro; Abertura de tabelas técnicas em Washington; Agenda positiva com SAF, data centers e minerais; Medidas do plano soberano do Brasil, como crédito de emergência e adiamento de impostos, o que deu alívio imediato ao setor de exportação.
Trancar: Política externa – tema sensível que não resolve sem o diálogo do governo; e setores de alta especificidade (aeronaves, pedras, máquinas) com mercados alternativos mais estreitos.
Próximo ato: mantenha as portas abertas e mira no médio prazo
A indústria e o agro convergiram em duas mensagens:
- O primeiro mês foi a defesa e a construção de pontes, não de soluções finais.
- É hora de expandir o raio de cooperação em inovação, energia limpa e insumos estratégicos, onde o Brasil tem vantagens comparativas e os EUA têm apetite e capital tecnológico.
Na prática, isso significa: garantir o sopro de empresas com medidas paliativas, buscando isenções pontuais, enquanto os maiores litígios amadurecem e usam projetos de NESSA (SAF, Green Data Centers, Critical Minerals, Etanol) usando -os como uma moeda de entendimento. No comércio, o plano é diversificar sem abandonar o mercado dos EUA – recalibrando, não quebrando.
Neste primeiro mês, a agenda caminhou onde poderia caminhar – no campo técnico e setorial. Para que o equipamento realmente gire, a diplomacia e a política levarão o centro da mesa. Até então, a indústria, o agro e o governo mantêm o curso: defender, negociar, redirecionar e investir.
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