A desigualdade de gênero no mundo do investimento e das startups vai além do número reduzido de mulheres fundadoras. Um estudo de doutorado em Dana Kanze mostrou que mesmo o tipo de pergunta feita pelos investidores influencia o destino do capital.
Segundo a pesquisa, 67% das perguntas direcionadas aos homens empreendedores se concentram na promoção – realizações e crescimento. Já 66% das perguntas feitas para as mulheres seguem uma lógica preventiva, com ênfase em riscos e contenção.
Os dados de 2024 mostram que dos US $ 289 bilhões investidos em capital global de Venture, apenas US $ 6,7 bilhões foram destinados a equipes com base exclusivamente por mulheres. No Brasil, a pesquisa do Abstartus indica que apenas 19,7% dos fundadores de startups são mulheres.
Itali Collini, economista, anjo de investidores e liderança da Potance de Ventures no Brasil, disse ao Times Brasil-um CNBC exclusivo licenciado que esse viés inconsciente é um obstáculo ao desenvolvimento do ecossistema: “Se os investidores não admitem que temos um ‘defeito da fábrica’ da maneira que avaliamos, não faremos parte da solução”.
Além disso, a presença feminina ainda é baixa em cargos executivos. O estudo da Bain & Company aponta que, entre 2019 e 2024, a proporção de mulheres CEOs subiu de 3% para 6%. A participação em cargos de liderança executiva atingiu 34% e em conselhos, 10%.
Segundo Collini, as barreiras variam da falta de rede de apoio à escassez de acesso à capital, educação financeira e informações estratégicas. “As mulheres ainda sofrem com a falta de redes e incentivos, o que limita a validação e a escala de suas soluções”, diz ele.
Impactos no ecossistema
A desigualdade de gênero não apenas prejudica os empreendedores. Collini apontou que a concentração de capital -liderada pelas startups masculinas reduz a diversidade, o que afeta a competitividade do setor e limita a criação de soluções mais amplas. Além disso, ele explica, esse movimento distorce a distribuição de renda, pois concentra recursos nos negócios dos homens e para de aumentar as empresas que podem impactar outros segmentos da sociedade.
Para reduzir essa disparidade, os fundos de investimento criaram programas específicos. No Brasil, iniciativas como a Potencia, da Ventures Power, e a orientação de Astella para empreendedores são exemplos. Eles também trabalham aceleradores como B2Mamy, Sebrae deles e programas como Whepp Inovative Women.
Na América Latina, fundos como Amplifica, Ewa, Sororite e We Arrives trabalhamos com a tese de gênero. “Os investidores precisam entender as diferentes barreiras que os fundadores enfrentam e aumentam a representatividade feminina em suas carteiras”, disse o investidor.
Rotatória
Para as mulheres que procuram capital, Collini recomenda uma preparação que vai além do campo. Estudar o perfil de fundo e verificar se eles já têm investidores liderados por mulheres é um primeiro passo para aumentar as chances de aderência. Ela também destacou a importância de selecionar mentores que entendem os desafios específicos do gênero e se conectam com outros empreendedores que passaram pelo processo de captura.
A pesquisa reforça a lacuna neste campo: 63% das mulheres nunca tiveram um mentor formalEmbora 67% reconheçam a orientação como essencial para o desenvolvimento da carreira. Na visão do investidor, essa ausência de apoio é um dos fatores que dificultam a jornada dos fundadores em busca de recursos.
“O contato com outras mulheres investidores e empreendedores pode reduzir essa assimetria de informações e abrir portas a oportunidades que geralmente não são visíveis no ecossistema”, disse ele.
Perspectivas
Apesar dos desafios, ela acredita em avanços. O crescimento do número de investidores e uma maior conscientização sobre a diversidade pode criar um ambiente mais favorável para as próximas rodadas de captação de recursos. Segundo ela, a presença feminina nas posições de decisão ajuda a ampliar a análise das teses de investimento e reduz a repetição de preconceitos inconscientes.
“À medida que alocamos mais capital e acompanhamento de pós -invasores, desbloquearemos o talento de muitos empreendedores. Isso beneficiará não apenas as startups fundadas por mulheres, mas também os retornos do próprio setor de capital de risco”, diz ele. Para o investidor, a equação é a diversidade de gênero é um vetor de competitividade, capaz de gerar portfólios mais equilibrados e lucrativos.
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