Apesar do crescimento da produção e das vendas no primeiro semestre de 2025, a indústria brasileira de motocicletas com preocupação com o cenário internacional. O governo dos Estados Unidos anunciou a imposição de uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros, que, segundo representantes do setor, poderia afetar diretamente as exportações e importações entre os dois países.
“Com a taxa de 50%, é realmente muito inviável continuar com o volume que temos hoje”, disse Marcos Bento, presidente da Abraciclo, uma entidade que representa fabricantes de motocicletas, ciclomotores, scooters e similares no Brasil, em uma entrevista com Radarde Times Brasil – CNBC exclusivo licenciado.
Bento apontou que os Estados Unidos são o terceiro maior destino das exportações brasileiras do setor, atrás apenas da Argentina e da Colômbia. Segundo ele, o mercado dos EUA é estratégico para manter a competitividade da produção nacional. Os fabricantes brasileiros exportam modelos específicos para os EUA, o que requer adequação tecnológica e de qualidade.
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Incerteza sobre aplicação tarifária
Segundo Bento, o setor ainda não recebeu informações oficiais sobre os critérios da nova tarifa. “Não temos parâmetros oficiais para cálculo, como será a coleta desses impostos, seja na sua origem ou destino”, disse ele. A ausência de definições legais e tributárias impede que as empresas façam análises de impacto mais detalhadas.
Abraciclo também expressa preocupação com o efeito da tarifa na importação de peças e componentes dos Estados Unidos. Bento também mencionou o risco de pressão na taxa de câmbio, com efeitos mais amplos em toda a cadeia de produção. Ele afirmou que há “um momento de apreensão e também falta de informação” entre os membros da entidade.
A medida anunciada pelo presidente Donald Trump deve entrar em vigor em 1º de agosto, se não houver acordo entre os dois governos. Por enquanto, a indústria brasileira mantém contratos de exportação já assinados e aguardam desenvolvimentos diplomáticos.
Projeções mantidas, mas os investimentos podem ser afetados
Mesmo diante do cenário da incerteza, Abraciclo mantém projeções para o ano. A entidade estima uma produção de 1,8 milhão de unidades em 2025, com crescimento de 7,5% em relação ao ano anterior. A previsão para exportações também foi mantida: entre 35 mil e 36 mil unidades, o que representa um aumento de 6%.
Segundo Bento, o volume exportado não é expressivo na produção total, mas o mercado dos EUA é relevante para a estratégia de expansão internacional do setor. “Nossa preocupação é que, embora não seja um volume expressivo, é um mercado importante para mantermos esse volume de exportação”, afirmou.
A possível imposição da tarifa, no entanto, pode comprometer os planos futuros. “Certamente, os investimentos para linhas de exportação específicos serão afetados”, disse o presidente da Abraciclo. A entidade ainda está em contato com o governo brasileiro e as empresas associadas, buscando informações que permitam avaliar as próximas etapas do setor.
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