A pausa de 90 dias no aumento das tarifas comerciais entre os Estados Unidos e a China causou uma reação imediata no mercado. As ações das empresas de tecnologia aumentaram, refletindo a expectativa de que a escalada tarifária iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, não avança para níveis mais altos, como 125% ou 145% esperados.
Rafael Coimbra, editor executivo da MIT Technology Review Brasil, disse em entrevista a RadarDo Times Brasil – Licença exclusiva da CNBC, que o momento pode ser visto como um sinal de alívio, mas ainda requer cautela. “Essa ruptura é muito importante. Sinaliza que provavelmente não atingiremos esses níveis muito altos de tarifa”.
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As empresas mantêm planos de diversificação de produção
Mesmo com a trégua, a Coimbra avalia que as grandes empresas devem continuar o movimento de descentralização da produção. Ele explicou que muitas empresas já estavam estudando alternativas para não depender de um único país.
“As empresas estavam pensando em se mudar, passar parte da produção para outros países. Esse movimento continuará, mas agora não tão rápido quanto parecia alguns dias atrás”, disse ele.
Correntes globais são eficientes, mas frágeis
Coimbra explicou que as cadeias de suprimentos globais, que envolvem a produção e a montagem de componentes em vários países, são eficientes a partir de custos e preços do consumidor. No entanto, eles são frágeis diante de choques, como o aumento repentino de tarifas.
“A cadeia é eficiente, mas extremamente insegura quando há um choque como esse. Você não constrói um estado de fábrica de chips em alguns dias. Leva tempo e muito dinheiro”, disse ele.
A Índia emerge como um possível pólo alternativo
Questionado sobre quais países podem atrair parte da produção deslocada da China, Coimbra destacou a Índia como a principal alternativa. Segundo ele, o país qualificou o trabalho e tem recebido investimentos em tecnologia. O Vietnã e a Coréia do Sul também foram citados como possibilidades.
“Se eu pudesse colocar as fichas, colocaria na Índia”, disse ele.
Nova corrida para ações não deve ocorrer
Em relação à possibilidade de as empresas que antecipam compras e formarem ações durante os 90 dias de trégua, Coimbra disse que esse movimento já aconteceu no início da crise. Para ele, repetir esse comportamento não seria racional agora.
“Isso muda completamente o planejamento estratégico das empresas. Fazer o inventário tem um custo muito alto. Houve uma antecipação. Agora, elas terão tempo para pensar e ajustar”, concluiu.
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