O analista da SUNO Research CNPI Evandro Medeiros avaliou que o resultado da Bradesco no segundo trimestre surpreendeu positivamente em diferentes frentes, especialmente a expansão do portfólio de crédito e o aumento da receita de serviços.
Segundo ele, o desempenho foi puxado pelas taxas relacionadas ao uso de cartões. “Toda vez que você usa um cartão de crédito ou mesmo débito, parte dessa transação recebe o banco emissor, um pouco com o comprador e um pouco com a rede, como MasterCard ou Visa”, disse ele em entrevista a Equipe realde Times Brasil – CNBC exclusivo licenciado.
Medeiros apontou, no entanto, que o crescimento do portfólio exigia um aumento no volume de provisões para perdas de crédito. Segundo o analista, a taxa de inadimplência da Bradesco permaneceu estável em 4,1%, mas a expansão da concessão obriga o banco a provisionar mais recursos. “Quando um banco expande a originação do crédito, ele precisa fazer mais provisionamento, pois parte disso não será reclamado”, explicou ele.
Capitalização e lucratividade
O analista observou que a principal taxa de capital da Bradesco terminou o trimestre em 11,1%. O número é considerado apropriado, mas limita a capacidade de expandir agressivos. “Isso não permitiria uma expansão muito agressiva daqui para frente, a menos que os resultados continuem melhorando”, disse Medeiros.
Em comparação, ele mencionou que Itaú, um banco que ainda não divulgou os dados do segundo trimestre, terminou o primeiro trimestre com um índice de capital principal de 12,7%. “Itaú é sempre o ‘melhor da aula’, como chamamos. Espero que esteja perto disso agora no segundo trimestre”, disse ele.
Em relação ao desempenho das ações, a Medeiros considerou que a Bradesco está negociando perto de seu valor patrimonial, enquanto Santander, mesmo com uma ligeira queda na lucratividade, mantém uma boa vontade de cerca de 10%. “Na minha concepção, isso contempla um pouco de otimismo”, disse ele.
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Juros, crédito e impacto setorial
Medeiros também comentou os efeitos da alta taxa selo, cerca de 15%, sobre a origem do crédito no setor bancário. Ele citou especialmente o impacto nos empréstimos da folha de pagamento, que regulam o teto de juros. “A folha de pagamento possui um teto em torno de 2%, dependendo do esporte. O cartão de crédito, 2,46%. Os empréstimos padrão da folha de pagamento, 1,85%”, explicou.
Com CDI alto e parte dos empréstimos prefixados, o analista disse que há compactação de margem, que leva os bancos a reduzir a oferta. “Isso se traduz em origem muito menor”, disse ele. Ele acrescentou que Bradesco e Santander e Banco do Brasil tendem a originar menos crédito nessa categoria.
No segmento rural, Medeiros apontou dificuldades que surgem da queda no preço da soja, que pressiona a margem dos produtores. Ele também chamou a atenção para o comportamento da inadimplência, que é de cerca de 3,5% no sistema financeiro, com alguns segmentos, como o agronegócio, com indicadores mais altos.
Indicadores de saúde financeira
Quando perguntado sobre os principais indicadores para avaliar a saúde de um banco, Medeiros destacou dois: o principal índice de capital e o índice de cobertura. O primeiro mede a relação entre ativos assistidos e riscos e o melhor capital de qualidade. O segundo já relata o volume de disposições a créditos vencidos por mais de 90 dias.
Segundo ele, a queda na taxa de cobertura pode exigir novas disposições e afetar diretamente o lucro líquido, mesmo que não haja saída de dinheiro. “Essas disposições afetam diretamente o resultado, mesmo que não deixem o dinheiro, porque reduzem os ativos e afetam o DRE”, explicou. Medeiros relatou que Santander terminou o trimestre com inadimplência em 3,9% do portfólio, o que levou à ascensão do volume provisório.
O analista concluiu que, após ajustes estruturais feitos nos últimos trimestres, a tendência para o setor bancário é mais melhorias marginais. “O [Marcelo] Noronha levou um banco com alguns problemas de cartão de crédito. Ele melhorou isso, melhorou a eficiência. Eu acho que a melhoria do futuro tende a ser mais marginal ”, disse ele.
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