A Confederação Nacional da Indústria (CNI) criticou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 15% ao ano. Para a entidade, a política monetária “excessivamente contracionista” desacelerou o crescimento econômico e isolou o Brasil no cenário internacional, onde as taxas de juros apresentam tendência de queda.
Segundo o presidente da entidade, Ricardo Alban, a Selic está “muito além do necessário”, já que a inflação continua desacelerando. “A taxa atual traz custos desnecessários, ameaça o mercado de trabalho e o bem-estar da população”, afirmou em nota.
A CNI lembra que o Brasil mantém a segunda maior taxa básica do mundo, com juros reais em torno de 10,5% ao ano — cerca de 5,5 pontos percentuais acima do nível neutro calculado pelo Banco Central.
Taxas de juros altas encarecem o crédito e desaceleram a economia
Pesquisa da CNI mostra que 80% das empresas industriais apontam os juros elevados como principal obstáculo ao crédito de curto prazo, e 71% citam a Selic como barreira ao financiamento de longo prazo. O estudo indica ainda que metade das empresas desistiu ou reduziu os pedidos de crédito após o aumento das alíquotas do IOF.
Leia mais:
Copom mantém Selic em 15% e indica juros altos por mais tempo
CNI: 77% das indústrias aumentariam os investimentos se os juros caíssem, mostra pesquisa
Segundo o BC, a taxa média de juros cobrada das empresas subiu de 20,6% para 24,5% ao ano desde o início do ciclo de alta, em 2024. Para os consumidores, a taxa média passou de 52,3% para 58,2% ao ano, contribuindo para o aumento dos índices de inadimplência das famílias, que saltaram de 3,7% para 4,8% no mesmo período.
A actividade económica mostra uma perda de ritmo: o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,4% no segundo trimestre, depois de subir 1,3% no primeiro. Indicadores parciais do IBC-Br também apontam desaceleração no terceiro trimestre.
Queda da inflação reforça apelos por corte da Selic
A CNI argumenta que o atual nível da Selic é incompatível com a trajetória da inflação. O IPCA acumulado em 12 meses caiu de 5,5% em abril para 5,2% em setembro, refletindo a redução dos preços dos alimentos e dos bens industriais, além da valorização do real.
As expectativas para o IPCA de 2025 caíram para 4,5%, segundo o Relatório Focus, e as projeções para 2026, 2027 e 2028 também foram revisadas para baixo. Diante desse cenário, a CNI defende que o Banco Central inicie o ciclo de redução dos juros na próxima reunião do Copom, marcada para 10 de dezembro.
Alban reforçou ainda que a sustentação da queda das taxas de juro depende de um pacto de ajustamento fiscal nacional, com redução de despesas e reforço da confiança nas contas públicas.
–
Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Céu | Canal 592 ao vivo | Canal 187 Olá | Operadores regionais
TV SINAL ABERTO: antena parabólica canal 562
ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
Canais RÁPIDOS: Samsung TV Plus, canais LG, canais TCL, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos fluxos