A manutenção da taxa básica de juros em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) deverá desacelerar o ritmo de expansão do setor da construção em 2025. É o que avalia Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
A entidade revisou sua estimativa de crescimento para este ano de 2,3% para 1,3%, dado o cenário de crédito mais restrito.
“O setor vive uma boa atividade, com 3 milhões de empregos formais e FGTS com orçamento robusto. Então, a atividade continua, porém, muito abaixo do que o Brasil precisa.
Segundo ele, o impacto é sentido de diferentes formas dentro da cadeia da construção. O primeiro segmento afetado é o varejo de materiais e pequenas reformas, mais sensível à renda familiar e ao crédito direto ao consumidor. Posteriormente, a redução dos depósitos de poupança limita o acesso ao crédito da classe média.
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No caso da infraestrutura, o presidente da CBIC alerta que o custo mais elevado do dinheiro durante um período mais longo pode inviabilizar os projetos. “No caso da infraestrutura é a questão da viabilidade financeira: mais dinheiro que custa muito mais por mais tempo. Em algum momento pode não ser atrativo investir em determinado ponto da infraestrutura do país”, destacou.
Expectativa de interesse
Correia afirmou que o setor espera cortes nos juros na primeira reunião do Copom, em 2026. No entanto, reconheceu que o Banco Central continua focado em trazer a inflação para o centro da meta, o que pode adiar o alívio monetário.
“Nossa expectativa, infelizmente, é pessimista, de que os juros não caiam no primeiro mês do ano [que vem]”, avaliou.
Segundo Correia, mais importante que o tamanho do corte da Selic é a sinalização da autoridade em relação aos juros. “A tendência é mais importante que o número. O mercado responde quando há uma direção clara.”
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Cenário para 2026
Apesar do aperto monetário, a CBIC projeta melhora gradual no cenário econômico para o próximo ano. A liberação de parte do compulsório deverá aumentar os recursos de poupança em cerca de R$ 37 bilhões, para R$ 40 bilhões em 2026, o que poderá reavivar o financiamento imobiliário.
Correia destacou ainda que há factores que deverão sustentar a actividade do sector em 2026, mesmo com taxas de juro elevadas no curto prazo. Segundo ele, o FGTS tende a ter um orçamento maior, impulsionado pela continuidade do Minha Casa Minha Vida. Além disso, novas concessões de infraestrutura deverão acelerar o ritmo das obras.
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