O anúncio de sobretaxa de 50% em produtos brasileiros, feitos pelo governo dos Estados Unidos, preocupa a indústria têxtil nacional. De acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Têxteis e Confeitaria (ABIT), o impacto imediato cairá nas exportações de moda e roupas íntimas na praia, segmentos responsáveis pela maioria das vendas do setor para o mercado dos EUA.
“Os 50% adicionais parecem mais uma sanção do que como uma tarifa. Será impossível manter o ritmo dos negócios”, disse Fernando Pimentel, diretor superintendente de Abit, em entrevista à Agorade Times Brasil – CNBC exclusivo licenciado.
Ele enfatizou que a indústria estava crescendo nas exportações para os Estados Unidos, impulsionada por restrições comerciais aplicadas por americanos a países asiáticos como a China.
O setor avalia alternativas
Pimentel explicou que a América do Sul continua sendo o principal destino para produtos têxteis brasileiros, beneficiando -se de acordos comerciais que garantem condições de competitividade. O México também recebe parte da produção.
Em relação aos novos mercados, ele destacou a possibilidade de avanços com o Acordo da União Europeia do Mergosur, que deve começar a operar a partir de 2026, mas considerou que essa transição exigirá tempo. “Não é construído durante a noite novos canais de vendas e distribuição”, disse ele.
Em relação à absorção desta produção pelo mercado doméstico, Pimentel considera o cenário desfavorável. O setor enfrenta forte concorrência das importações asiáticas, tanto por grandes cargas quanto pequenos pedidos feitos por plataformas digitais. Além disso, a economia brasileira, mesmo em crescimento, não conseguiu absorver o volume de mercadorias que não podem mais ser exportadas.
De acordo com os dados da ABIT, enquanto o mercado doméstico cresceu 4% nos últimos 12 meses, as importações avançaram 20% no mesmo período. Pimentel avaliou que, tendo em vista essa assimetria, não há como compensar as perdas externas internamente.
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Competição desigual
Questionado sobre a competitividade brasileira, o diretor da Abit lembrou que, mesmo com uma possível redução na tarifa americana para 25% ou 30%, os produtos asiáticos continuariam mais competitivos. Os Estados Unidos importaram mais de US $ 100 bilhões em têxteis e foram feitos no ano passado, e a China representou cerca de 23% desse total.
“Há uma superprodução asiática e, dependendo das decisões dos Estados Unidos, a Ásia pode permanecer mais competitiva”, observou ele. Pimentel também alertou que isso sobre a produção pode afetar o mercado brasileiro se as exportações para os Estados Unidos forem redirecionadas para o país.
Diplomacia e políticas internas
Para enfrentar o cenário, Pimentel defendeu a mobilização diplomática e a ação conjunta entre o governo e o setor privado. Ele mencionou a existência de fóruns bilaterais, como a Comissão de Estados Unidos do Brasil e a possibilidade de criar um grupo de negócios para aconselhar as negociações.
Além de questões externas, o líder enfatizou a necessidade de combater o custo do Brasil So So -estimado em cerca de 17% do PIB, e avançar em tópicos como juros, infraestrutura e tributação.
“Se não tivermos uma indústria forte, inovadora e tecnologicamente avançada, o Brasil não atingirá os níveis de crescimento de que precisa”, concluiu.
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