CEOs do setor imobiliário dizem não haver êxodo corporativo em NY

As declarações do prefeito eleito de Nova York, Zohran Mamdani, levantaram temores sobre uma possível saída de empresas e capitais da cidade. Mas dois dos nomes mais influentes do mercado imobiliário comercial afirmam que não há indícios disso, com base no ritmo de arrendamento e investimento em novos edifícios — que não sofreram qualquer queda desde que a sua vitória se tornou provável, muito menos após a confirmação oficial do resultado.

“Nova York está de volta”, disse Scott Rechler, CEO da RXR, durante a conferência Delivering Alpha da CNBC. “Quem trabalha aqui e mora aqui sente a energia, tem convicção e todo direito de tê-la.”

Segundo ele, os CEOs das grandes empresas continuam comprometidos com a cidade. “Estamos vendo um nível recorde de aluguéis. E não é apenas para o próximo ano – estamos falando de 2028, 2030, 2032.”

“Vamos ultrapassar 40 milhões de metros quadrados em contratos de locação comercial assinados até o final do ano. As empresas estão crescendo aqui”, reforça Bill Rudin. Desde a eleição de Mamdani, diz o executivo, não houve redução nas reuniões com corretores. “Ninguém colocou um lápis na mesa. Ninguém chamou caminhões de mudança. As empresas estão se expandindo e ocupando mais espaço.”

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Grandes investimentos continuam avançando

Entre os exemplos que contradizem a tese da fuga corporativa está o bilionário Ken Griffin, fundador da Citadel Securities e uma voz frequente em debates políticos conservadores. Ele, Rudin e Steve Ross (Vornado Realty) estão inaugurando um novo prédio de escritórios de 2 milhões de pés quadrados na 350 Park Avenue.

“Ken está totalmente comprometido e terá mais funcionários no 350 Park do que em Miami”, disse Rudin. Embora o projeto seja anterior à ascensão de Mamdani, Rudin disse que recentemente eles solicitaram uma licença de construção e Griffin está “entusiasmado e muito envolvido no projeto e desenvolvimento”.

A RXR também acaba de assinar um contrato de arrendamento de 300.000 pés quadrados com um grande escritório de advocacia que se mudará em 2029. Após a eleição, o escritório voltou pedindo mais 200.000 pés quadrados.
O novo edifício do JPMorgan já necessita de espaço para mais 5 mil funcionários, além dos 10 mil já planejados.

Rechler também destacou que sua empresa tem um inquilino âncora garantido para um projeto de 2,8 milhões de pés quadrados, que substituirá um hotel Hyatt em 2031-2032. “As pessoas acreditam em Nova York”, disse ele. A RXR conta com US$ 7 bilhões em financiamento de projetos — algo que, segundo o executivo, só existe porque os investidores confiam no futuro da cidade.

Demanda aquecida: urgência e contratos acelerados

Mesmo depois da eleição de Mamdani, Rechler afirma que a palavra dominante no mercado de escritórios de alta qualidade é “urgência”. Ele relatou casos de empresas assinando contratos em 21 dias, quando normalmente demoraria um ano.

“Nunca vi um pipeline tão grande no setor de escritórios”, disse ele. “A procura dos inquilinos nunca foi tão forte”, afirmou e acrescentou: “As informações que estamos a receber mostram que os ocupantes continuam a procurar espaços de alta qualidade”.

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