Em um dia sem gatilhos relevantes para os negócios, mas com fundamentos inclinados ao movimento descendente, a curva de juros futuros apagou o sinal negativo observado até o início da tarde e voltou a subir na segunda etapa do pregão. O avanço, porém, foi considerado fraco pelos agentes, pois as taxas permaneceram próximas dos reajustes anteriores, num movimento associado aos ajustes técnicos.
No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2027 passou de 13,579% para 13,605%. O DI referente a janeiro de 2029 passou de 12,676% para 12,715%. O DI de janeiro de 2031 encerrou em 12,935%, ante 12,906% no reajuste anterior.
Pela manhã, após sessão de redução na terça-feira (2), os juros caíram devido ao fechamento da curva dos Treasuries americanos e ao recuo do dólar frente ao real. No exterior, o relatório de empregos da ADP, divulgado anteriormente, reforçou as apostas de que o Federal Reserve (Fed) irá flexibilizar a política monetária na reunião da próxima quarta-feira. Segundo a ADP, o sector privado nos Estados Unidos eliminou 32 mil empregos em Novembro, já corrigidos de sazonalidade, contrariando a expectativa de criação de 40 mil empregos estimada pelos analistas consultados pela FactSet.
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O número é considerado um termômetro da folha de pagamento, que reúne estatísticas do setor público e privado. Devido à paralisação, o principal relatório de emprego da economia americana só será divulgado após a reunião do Fed, no dia 16 de dezembro.
Com os rendimentos do Tesouro já em queda, os juros americanos aceleraram o movimento após a divulgação do ADP e influenciaram o viés descendente da curva brasileira —que, no entanto, não se sustentou à tarde. Por volta das 15h, todos os vencimentos atingiram renovadas máximas intradiárias, indo até contra a dinâmica estável do dólar, mas sem forças para se afastar dos ajustes.
“Não vimos nada de diferente e o movimento não chamou muita atenção. Poderia ser uma antecipação para o leilão do Tesouro de amanhã, que poderia ser grande, mais um pouquinho de conquista”, disse um estrategista de uma grande gestora ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Nesta quinta-feira, o Tesouro Nacional oferece Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F) e Letras do Tesouro Nacional (LTN).
Avaliação semelhante é a de Otávio Oliveira, gerente de tesouraria do Banco Daycoval. Para ele, os dados do dia seriam compatíveis com queda dos DIs. “O ADP entrou muito fraco e corrobora a necessidade de cortar as taxas de juro nos EUA. A Fed não pode perder este timing para que a economia não desacelere. E os dados da inflação abrem espaço para um corte de 25 pontos base, que deverá concretizar-se na próxima semana”, afirmou.
Segundo monitoramento do CME Group, a probabilidade de redução de 0,25 ponto nos Fed Funds na reunião de dezembro do Federal Open Market Committee (Fomc) é de quase 90%. Embora a relação entre as políticas monetárias americana e brasileira não seja mecânica, um corte nos EUA ajuda o Banco Central ao ampliar o diferencial de juros, o que tende a valorizar a taxa de câmbio e a aliviar as pressões inflacionárias.
No Brasil, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorre no mesmo dia da reunião do Fed. O consenso é manter a Selic em 15%, mas o mercado seguirá nuances no comunicado que podem sinalizar o início do ciclo de cortes em janeiro ou março. “Não creio que o BC vá suavizar a comunicação até a virada do ano”, diz Oliveira, que projeta o primeiro corte de juros para março de 2026.
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