Após oscilações contidas pela manhã, o dólar ganhou força ao longo da tarde e encerrou esta segunda-feira (1º) em alta de 0,46%, cotado a R$ 5,3593, após máxima de R$ 5,3613. As operadoras atribuíram a queda do real ao aumento da demanda pela moeda americana no mercado local para enviar recursos ao exterior, como lucros e dividendos.
O diretor de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, avalia que, após a rolagem dos contratos futuros na virada do mês, já existe uma demanda maior por “dólares à vista” para remessas de final de ano. “Prova disso é a abertura do cupom cambial curto. Essa pressão deve durar todo o mês, mas não vejo uma alta muito grande do dólar”, afirma o tesoureiro, destacando que o Banco Central tende a intervir.
Analistas ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, avaliam que o BC pode, além de rolar linhas existentes, promover a oferta de novas linhas com compromisso de recompra. Também está no radar a possibilidade de uma operação conjunta envolvendo dólares à vista e swaps cambiais reversos — o chamado “casadão”.
Pela manhã, em evento da XP, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, voltou a defender o regime de câmbio flutuante e reiterou que a autarquia intervém no mercado apenas em casos de “disfuncionalidade”.
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No exterior, o índice DXY — que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes — era negociado em leve baixa no final da tarde, na casa dos 99,4 mil pontos.
Entre os indicadores, o índice de atividade industrial (PMI) dos Estados Unidos, elaborado pelo ISM, caiu de 48,7 em outubro para 48,2 em novembro. A expectativa era de aumento para 49,2.
No mercado global, o destaque foi a valorização do iene de mais de 0,40%, após o presidente do Banco do Japão (BoJ), Kazuo Ueda, sinalizar a possibilidade de aumento dos juros na próxima reunião de política monetária, marcada para 18 e 19 de dezembro. Um maior fortalecimento do iene poderia desencadear um desmantelamento parcial das operações de carry trade, reduzindo o fôlego das moedas latino-americanas.
Moedas como o real e o peso colombiano caíram apesar do aumento de mais de 1% no petróleo e no minério de ferro.
O gestor de fundos multimercados da AZ Quest, Eduardo Aun, vê um impacto “muito marginal” de um possível aumento das taxas de juros no Japão sobre as moedas latino-americanas, que, segundo ele, passam apenas por um leve ajuste após o desempenho positivo da semana passada.
“O sinal mais recente da Reserva Federal favorece as moedas emergentes, que poderão ter um bom desempenho até ao final do ano, embora sem grandes movimentos”, afirma Aun.
O gestor diz que “não tem dúvidas” de que haverá um corte de 25 pontos base na taxa básica de juro dos Estados Unidos na próxima semana, na sequência da recente alteração na comunicação da Fed. Ele lembra que o Banco Central Americano saiu da reunião de outubro dividido sobre os próximos passos —algo enfatizado pelo presidente Jerome Powell.
Nas últimas semanas, porém, vários responsáveis da Fed emitiram sinais mais claros de redução das taxas de juro. “Não saíram dados de grande relevância sobre a economia americana. Essa mudança de discurso ocorreu porque as condições financeiras começaram a piorar, com efeitos nas bolsas americanas e no mercado de crédito.
O Fed está mostrando que, se necessário, reagirá à piora das condições financeiras, o que é um sinal importante”, afirma Aun, destacando que a nova postura acalmou os mercados e trouxe mais conforto para a assunção de riscos.
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