Um caça leve Tejas da Força Aérea Indiana (IAF) caiu durante uma demonstração em Dubai Show aéreo nesta sexta-feira (21), causando a morte do piloto e reacendendo a preocupação global com o histórico de acidentes da Índia, considerado um dos mais graves entre as principais forças aéreas do mundo.
O acidente ocorreu por volta das 14h10 (horário local) no Aeroporto Al Maktoum. Testemunhas relataram que a aeronave perdeu altitude após uma manobra em baixa altitude e atingiu o solo em alta velocidade, pegando fogo. Vídeos mostram o acidente seguido por uma coluna de fumaça preta. Não houve vítimas no terreno.
A IAF confirmou que o piloto – identificado pela mídia local como Namansh Syal – sofreu ferimentos fatais e que um conselho de investigação será criado em conjunto com as autoridades dos Emirados Árabes Unidos.
As equipes de emergência agiram rapidamente e o local foi isolado. O acidente ocorreu em uma área afastada do público, durante uma das apresentações mais esperadas do evento.
Tejas: caça símbolo da modernização indiana sofre novo revés
O HAL Tejas é o principal caça leve de fabricação indiana, desenvolvido desde a década de 1980 para substituir o antigo MiG-21 soviético. É um jato monomotor e multifuncional da geração 4.5 com design de asa delta. O primeiro voo ocorreu em 2001, e o modelo entrou em operação em 2011.
O acidente em Dubai marca o segundo incidente em Tejas em menos de dois anos. Em março de 2024, outra unidade caiu em Jaisalmer durante um treinamento —na ocasião, o piloto conseguiu ejetar-se com segurança.
O incidente representa um golpe simbólico para a Índia. O Dubai Airshow é uma montra global para as exportações militares, e o país está a tentar promover os Tejas como uma alternativa mais barata aos caças europeus e americanos.
Avião cai, mas o problema é maior: a Índia tem um dos piores registros de acidentes do mundo
Embora o Tejas seja o centro das atenções no momento, especialistas apontam que o acidente se soma a uma longa lista de incidentes envolvendo a IAF.
Dados parlamentares compilados por analistas mostram que, nos últimos 30 anosa Força Aérea Indiana registrou:
- 534 aeronaves perdidasincluindo caças, helicópteros e aeronaves de transporte;
- 152 pilotos mortos;
- Uma média de 1,45 aeronaves perdidas por mês.
A maioria dos incidentes envolve aeronaves antigas da era soviética – especialmente o MiG-21 e o Jaguar.
MiG-21: o “caixão voador” que marcou gerações
Nenhum outro modelo simboliza tanto a crise da aviação na Índia como o MiG-21. Introduzido na década de 1960, tornou-se o primeiro caça supersônico do país e esteve envolvido em guerras e confrontos regionais.
Mas o jato também acumulou histórico negativo:
- Sobre 400 acidentes;
- Quase 200 pilotos mortos;
- Apelido “caixão voador” (“caixão voador”).
O MiG-21 só foi totalmente aposentado em Setembro de 2025após seis décadas de operação — muito além de sua vida útil ideal.

As onças-pintadas também são uma preocupação: 12 declínios em uma década
A Índia é hoje o último país do mundo a operar o JaguarLutador franco-britânico introduzido em 1979.
De acordo com os registos internacionais de segurança aérea, pelo menos 12 aeronaves Jaguar caíram nos últimos 10 anos.
Nos últimos meses, mais três acidentes fatais reforçaram o alerta sobre o desgaste da frota.
Renovação lenta, pressão crescente
A Índia tenta acelerar a modernização da sua frota — negociou a compra de 114 novos caças, encomendou mais de 170 unidades Tejas e adquiriu Rafales franceses.
Mas os atrasos crónicos nos programas locais e as barreiras políticas mantêm as aeronaves antigas em serviço por mais tempo do que o desejado.
Com o avanço tecnológico da China e do Paquistão, a dependência dos jatos da Guerra Fria é considerada pelos analistas como um risco estratégico e humano.
Foto: Ministério da Defesa da Índia.
Acidente de caça em Dubai aumenta escrutínio sobre Tejas
O novo acidente coloca a aeronave no centro de um delicado debate:
- O Tejas pode substituir adequadamente os MiG-21?
- O programa é confiável para exportação?
- O acidente foi uma falha técnica, manobra arriscada ou erro humano?
Uma investigação avaliará a cadeia de factores, mas o impacto político e comercial já está em curso.
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