O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a retirada de tarifas adicionais de 40% sobre produtos brasileiros, incluindo café, carne bovina e suco de laranja. A decisão foi tomada após avanços nas negociações com o governo brasileiro. Para compreender os impactos desta mudança, o Times Brasil – Licenciado Exclusivo da CNBC conversou com José Luiz Pimenta, diretor de Relações Governamentais e Comércio Internacional do BMJ.
Para o diretor de relações internacionais, a lista anunciada ontem soma-se à da semana passada. Como resultado, há uma redução substancial, eliminando até mesmo algumas dessas taxas. “Outros vão para o piso tarifário da Nação Mais Favorecida, que é muito baixo nos Estados Unidos. Mas, no geral, sim: diversas tarifas desses produtos foram zeradas para entrar no mercado norte-americano”, explicou.
O movimento devolve competitividade aos exportadores brasileiros: cerca de 10% de tudo o que o Brasil enviou ao mercado americano no ano passado passa a se beneficiar da redução tarifária, aproximando o país de concorrentes que já tinham acesso diferenciado.
O economista Mariana Almeidaanalista em Times Brasildestacou que a imposição de sobretaxas ocorreu em um ambiente já sensível e acabou aumentando a instabilidade comercial. Com a reversão, o cenário se aproxima do patamar anterior, mas não retorna totalmente ao ambiente de abril.
Pimenta reforçou que ainda existem setores importantes sob tarifas elevadas – algumas variando entre 40%, 50% e até 65% – especialmente sobre produtos industriais. Pimenta aponta três elementos centrais que influenciaram a decisão:
- Inflação nos Estados Unidos: Muitos dos produtos afetados não têm produção nacional relevante e o impacto nos preços recai sobre as famílias de menor renda, público estratégico para o governo Trump.
- Retomada do diálogo bilateral: a ordem executiva menciona explicitamente o progresso entre os dois países.
- Atividades do setor privado: Empresas brasileiras e americanas trabalharam juntas para demonstrar que a tarifa tinha motivação mais política do que econômica.
Segundo o especialista, esses fatores combinados explicam a ação do governo americano.
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Aço continua tarifado
O aço continua sujeito à tarifa global de 50% prevista no artigo 232. Antes da retirada anunciada por Trump, o produto brasileiro ainda acumulava a sobretaxa de 40% e a tarifa recíproca de 10%, chegando a 100%. Agora, resta apenas o percentual aplicado a todos os países.
Sobre o impacto político, Pimenta avalia que Trump tratará a medida como um ajuste técnico à sua estratégia de reindustrialização. Para Lula, a retomada do diálogo desde a Assembleia Geral da ONU facilitou o avanço das negociações entre as equipes técnicas.
Mariana Almeida questionou a possibilidade de concessões do Brasil — como temas envolvendo terras raras ou big tech. Pimenta disse que, nesta fase, não havia contrapartida direta ligada à remoção de tarifas. Segundo ele, há propostas em negociação, mas a decisão atual foi impulsionada principalmente por fatores internos americanos, pela pressão inflacionária e pelo bom diálogo diplomático e empresarial.
Apesar do alívio nos sectores agrícolas, cerca de 60% das exportações brasileiras para os EUA continuam enfrentando algum tipo de tarifae o processo de negociação continua.
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