A retirada das tarifas de 40% sobre o café brasileiro pelos Estados Unidos já teve efeitos imediatos no setor exportador. Em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo da CNBC, Pavel Cardoso, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), afirmou que o movimento não foi inesperado para o setor, que vinha acompanhando sinais do governo norte-americano desde julho.
Cardoso explicou que, no final daquele mês, as autoridades americanas indicaram que, caso não houvesse crescimento na produção interna de determinados itens, as tarifas poderiam ser zeradas. Segundo ele, as negociações se intensificaram após as reuniões entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos durante a Assembleia da ONU, e avançaram sob a coordenação do vice-presidente Geraldo Alckmin e do chanceler Mauro Vieira.
O presidente da ABIC afirmou que o setor enfrentou três meses de forte redução nas exportações para os EUA, com queda de estoques nas torrefadoras americanas. Ele destacou que a reposição é lenta e que as reposições de suprimentos não ocorrem rapidamente.
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Os Estados Unidos consumiram 25 milhões de sacas no ano passado, das quais 8,1 milhões eram de origem brasileira. O país é o maior consumidor global e possui um padrão de consumo generalizado, incluindo cafés de grande volume em lanchonetes, estabelecimentos familiares e consumo doméstico. Segundo Cardoso, “76% dos americanos tomam café diariamente”, disse, reforçando a relevância da demanda para a indústria brasileira.
O presidente da ABIC destacou que a retirada das tarifas tem efeito direto na oferta imediata. Ele explicou que os contratos que estavam parados por conta da sobretaxa foram retomados e que cargas destinadas aos Estados Unidos já começam a ser embarcadas. Cardoso destacou que os americanos deveriam consumir o café brasileiro durante o feriado de Ação de Graças. Ele disse que “os americanos terão o que comemorar, com o café brasileiro de volta aos seus blends”.
Cardoso também mencionou a importância econômica do produto para os EUA. Segundo ele, o café representa 1,2% do PIB americano e gera um impacto estimado de US$ 343 bilhões na economia local, apesar de o país produzir menos de 1% do que consome. Para o Brasil, o café representa 0,86% do PIB.
Por fim, o presidente da ABIC avaliou que a medida americana cria condições para a retomada da participação brasileira no mercado e para a reposição dos estoques nas próximas semanas. Afirmou que o sector continua mobilizado para acompanhar a evolução das negociações bilaterais.
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