Fundada em 1999 por Jack Ma, a Alibaba deixou de ser uma pequena plataforma de comércio eletrónico B2B na China para se tornar um império tecnológico global, com presença em áreas que vão desde o comércio eletrónico e a computação em nuvem até à inteligência artificial e à logística. Em 19 de setembro de 2014, a gigante chinesa de tecnologia Alibaba fez história ao realizar o maior IPO já registrado, levantando US$ 25 bilhões no primeiro dia de negociações em Nova York.
Mais de dez anos depois, a IPO da Alibaba continua a ser a maior do setor tecnológico. Desde então, o grupo ampliou sua presença, diversificou negócios e aumentou sua influência. No entanto, também enfrentou desafios regulamentares, uma concorrência crescente e o abrandamento económico da China. Ainda assim, no ano fiscal de 2025, a empresa registou receitas próximas dos 137 mil milhões de dólares.
Alibaba não é apenas um site de compras. Hoje, é um conglomerado global, com mais de 25 empresas que atuam em diversos setores. O grupo abrange desde comércio eletrônico e computação em nuvem até logística, entretenimento e inteligência artificial (IA). Suas principais unidades incluem:
- Comércio eletrônico: Taobao, Tmall, AliExpress, Alibaba.com e Lazada, responsáveis por mais de 56% do faturamento da empresa.
Computação em nuvem: Alibaba Cloud (Aliyun), líder na China, responsável por mais de um terço do mercado local. - Entretenimento e mídia: Youku (o “YouTube da China”) e outras plataformas de conteúdo.
- Inteligência artificial: Com destaque nacional e global, o Alibaba foi nomeado campeão nacional de IA pela China.
- Logística: Cainiao, que apoia o ecossistema do comércio eletrônico e é um dos maiores players do setor na Ásia.
Fim das holdings e investigação de monopólio
Nos últimos anos, o Alibaba tem enfrentado intensa pressão competitiva, com o crescimento de novas empresas disruptivas de diversos setores, como TikTok, Temu e Shein, que impactaram significativamente o seu modelo de negócios.
Para manter a posição de um dos principais players globais, a empresa passou por uma reestruturação estratégica, dividindo seu vasto conglomerado em seis unidades independentes. Essa reorganização teve como objetivo aumentar a agilidade e flexibilidade das operações, permitindo que cada unidade tivesse governança, estratégia e liderança executiva próprias.
A mudança foi essencial para garantir que o Alibaba pudesse competir de forma mais eficiente com rivais emergentes como Pinduoduo e TikTok na altura, num ambiente de mercado cada vez mais dinâmico e desafiante.
No entanto, a reestruturação gerou polêmica. Em 2020, o governo chinês abriu uma investigação antitruste contra o Alibaba, acusando a empresa de práticas monopolistas. A investigação culminou numa multa recorde de 2,8 mil milhões de dólares em abril de 2021, devido a acusações de que a empresa obrigava os vendedores a utilizar as suas plataformas exclusivas, prejudicando a concorrência.
Além disso, a empresa foi criticada pelo seu domínio do mercado de comércio eletrónico na China, situação que chamou a atenção das autoridades reguladoras, que consideraram que a Alibaba estava a abusar da sua posição dominante. Estas contestações legais criaram confusão no mercado, levando à queda do preço das ações da empresa e a um período de reavaliação interna.
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Expansão Internacional
O Alibaba não é mais apenas uma referência no mercado chinês; a sua estratégia de expansão internacional revelou-se bem sucedida. O grupo tem investido fortemente em mercados como Sudeste Asiático, Europa e América Latina, através de plataformas como AliExpress e Lazada. No segundo trimestre de 2025, estas unidades internacionais representavam cerca de 14% da receita global da empresa.
Além disso, a Alibaba posicionou-se como líder no setor computação em nuvemcom a Alibaba Cloud dominando mais de 30% do mercado chinês em 2024. Globalmente, a unidade ainda enfrenta forte concorrência de gigantes como Amazon (AWS), Microsoft (Azure) e Google, com apenas 4% do mercado global.
No entanto, o seu crescimento na China e a sua importância dentro do ecossistema Alibaba são inegáveis.
Foco na Inovação: IA e Logística
O inteligência artificial é uma das principais apostas do Alibaba para o futuro. Em 2018, a empresa foi anunciada como campeã nacional de IA pela China e, desde então, tem investido fortemente nesta área. A IA foi integrada em diversas áreas do Alibaba, desde a personalização da experiência de compra até a melhoria de sua infraestrutura de computação em nuvem.
Outro pilar estratégico é o logística. O sistema Cainiao, que integra a cadeia de abastecimento da Alibaba, conecta milhares de vendedores e consumidores em toda a China e além. Este sistema logístico não só apoia o comércio eletrônico, mas também representa uma vantagem competitiva no mercado, ajudando a empresa a oferecer serviços rápidos e eficientes.
Apesar da sua enorme influência e sucesso, a Alibaba enfrentou uma série de desafios regulamentares, especialmente após a sua investigação antitrust. A pressão do governo chinês forçou a empresa a reavaliar a sua estratégia de mercado. A decisão de dividir a empresa em várias unidades foi reflexo desta necessidade de adaptação a um ambiente mais competitivo e regulamentado.
Esta mudança foi também um passo no sentido de melhorar a transparência e governação da empresa, que necessitava de ser ajustada para fazer face aos novos requisitos de compliance e às expectativas do mercado.
Os co-fundadores Joe Tsai e Eddie Wu, que retomado a liderança da empresa após a reestruturação, têm a missão de restaurar a estabilidade e fortalecer o crescimento a longo prazo.
A Alibaba está agora a adoptar uma abordagem de mais longo prazo, com investimentos contínuos em computação em nuvem, inteligência artificial e comércio electrónico internacional. A reestruturação e os investimentos em inovação indicam que a empresa está preparada para enfrentar os próximos desafios, apesar da crescente concorrência e da pressão regulatória.
Jack Ma, o fundador da empresa, sempre disse que o seu objetivo era garantir que o Alibaba durasse pelo menos 102 anos, abrangendo três séculos. Agora, com a empresa se reinventando e se posicionando como um dos maiores players globais de tecnologia, parece que esse sonho está mais próximo de se tornar realidade, desde que a empresa consiga se manter à frente das rápidas mudanças do mercado.
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