A ambição de Elon Musk de transformar Tesla num império robótico — e assim sustentar a sua possível ascensão à posição de primeiro trilionário do mundo — enfrenta um obstáculo crescente: a China. É o que argumenta o analista de políticas públicas Dewardric McNeal, em artigo publicado no site da CNBC.
Afirma que o sucesso do robô humanoide Optimus depende diretamente do ecossistema industrial chinês.
Musk repete que o futuro da Tesla reside mais na automação total e num “exército” de robôs humanóides do que nos veículos elétricos. Mas, segundo McNeal, esta visão só será viável se a China permitir.
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O país desponta como líder global em robótica: em 2023, instalou mais de 290 mil robôs industriais, superando o resto do mundo somado e atingindo uma densidade recorde de 470 robôs para cada 10 mil trabalhadores.
Essa expansão não é resultado apenas do mercado. Reflete uma forte intervenção estatal. Subsídios maciços, crédito barato e directivas para os governos regionais integrarem a automação nos seus planos industriais estão a acelerar a adopção de robôs em fábricas, centros de distribuição, hospitais e construção.
Para McNeal, esta medida coloca Musk diante de uma barreira estrutural. Mesmo que a Tesla decida fabricar o Optimus fora da China, continuará dependente de componentes fabricados no país: servomotores, redutores de harmónicas, sensores, módulos de visão computacional, baterias LFP e ligas metálicas. Nestas áreas, os chineses dominam os custos, a escala e a maturidade tecnológica.
Além disso, só a China possui o ambiente necessário para treinar robôs humanóides em larga escala: fábricas extensas, alta automação, ecossistemas industriais integrados e ausência de sindicatos que se oponham à substituição do trabalho por máquinas.
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Pequim também está se movimentando para estabelecer padrões industriais globais. O país já está preparando normas nacionais para regular movimentos, conexões, troca de dados e interação entre robôs e humanos. Sistemas como o Optimus terão de se adaptar se quiserem operar no mercado chinês, sob rigorosas leis de segurança e governação de dados.
Diante disso, McNeal afirma que a trajetória chinesa não se alinha perfeitamente com o projeto de Musk de criar uma frota global de robôs humanóides. A Tesla poderá ter de escolher entre adaptar o Optimus às exigências chinesas ou desenvolver o produto longe do maior e mais avançado ecossistema robótico do mundo. Ambas as alternativas têm impacto na avaliação de um trilhão de dólares que Musk almeja.
“A escala que justificaria avaliações de biliões de dólares não depende apenas da tecnologia, mas também da geopolítica. E, por enquanto, a resposta está em Pequim”, conclui McNeal.
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Este conteúdo foi fornecido por CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.