A extensão da trégua tarifária entre os Estados Unidos e a China por mais 90 dias, anunciada hoje pelo presidente dos EUA, Donald Trump, gerou debates sobre suas implicações para as relações comerciais entre os dois países. De acordo com o professor Marcus Vinícius de Freitas, especialista em direito e relações internacionais e professor visitante da Universidade de Relações Exteriores da China, não é a primeira vez que o presidente Trump adota uma estratégia de estender as negociações até o último momento, um movimento que, disse ele, visa forçar uma concessão do outro partido.
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Trump estende tarifas na China em 90 dias
Segundo o especialista, essa tática de “pressão máxima” é característica da abordagem de Trump, que já a usou com outros países, como o México. “Trump sempre quer tirar o máximo proveito de uma negociação e sabe que a China tem resistência que outros países não podem oferecer”, disse De Freitas.
O professor destacou a resiliência da China, que, apesar das tarifas pesadas, continua a desempenhar um papel central na economia global. A China, segundo ele, tem uma forte presença no mercado dos EUA, o que dificulta a solução rápida do impasse. “Empresas como a Apple, que dependem do mercado chinês, sabem que perder essa base seria irrecuperável”, disse Freitas, reforçando a importância estratégica do relacionamento comercial entre os dois países.
Além disso, o professor também enfatizou outros pontos que fortalecem a posição da China nas negociações, como a redução de sua posse de títulos da dívida dos EUA, o crescente uso de Yuan nas negociações internacionais e sua posição dominante no raro mercado mineral essencial para a indústria tecnológica dos EUA.
Perda de confiança nos EUA
Quando perguntado sobre o impacto da estratégia de Trump no capital político e na confiança internacional nos EUA, o professor de Freitas ficou claro: “Trump é o melhor presidente que a China poderia ter porque suas atitudes minam a confiança no sistema dos EUA”.
Segundo o especialista, as ações de Trump, como a implementação de tarifas e o ataque a instituições multilaterais, enfraquecem o poder de liderança dos Estados Unidos no cenário global.
De Freitas também alertou que, mesmo com a possível mudança de governo, como aconteceu com Joe Biden, as tarifas impostas por Trump provavelmente permanecerão em vigor, pois se tornaram uma importante fonte de receita para o governo dos EUA.
Competição sino-americana
O professor também observou que, ao contrário de outras nações, a China tem sido um concorrente dos Estados Unidos, sendo capaz de resistir às pressões tarifárias de Tarph.
“A China não é um inimigo fácil de derrotar para Trump, mas um concorrente resiliente que entende seu poder de barganha”, concluído por Freitas.
Extensão da trégua
O presidente Donald Trump, na segunda -feira (11), adiou o retorno de altas tarifas em produtos chineses por mais 90 dias, disse um oficial da Casa Branca à CNBC.
Essas taxas estavam programadas para retomar na terça-feira, mas Trump assinou uma ordem executiva horas antes, estendendo o prazo até meados de novembro, segundo o funcionário.
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