Durante um discurso em um evento do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável na terça -feira (5) em Itamaraty, o Presidente Luiz Inacio Lula da Silva defendeu a retomada da participação da sociedade civil no processo de formulação de políticas públicas e fez críticas relacionadas ao presidente dos EUA, Donald Trump.
“Eu vim aqui prometi não perder muito tempo falando sobre tributação. Porque também, se eu não falar, eles dirão: ‘Por que Lula não disse? Tem medo de Trump’. E eu não quero que você saia com essa imagem”.
No discurso, Lula destacou a importância do conselho, criada em 2003 em seu primeiro mandato. Segundo ele, na época, havia resistência dentro do próprio partido, com críticas de que o conselho pudesse reduzir o poder do Congresso. Lula afirmou que o objetivo era sempre criar um canal para a sociedade apresentar propostas e cobrar ações do governo.
“Quando você parou de trabalhar de 2019 a 2023, o país perdeu muito”, disse ele, justificando a reativação do conselho em seu mandato atual.
Democracia além do voto
Lula defendeu a idéia de democracia participativa, afirmando que vai além do direito de votar. Segundo o presidente, a democracia também envolve a possibilidade de corrigir erros, supervisionar e monitorar o trabalho das autoridades eleitas.
“Você sabe o que um deputado faz, o que um senador faz, o que um prefeito faz”, disse ele. Ele argumentou que a ausência da sociedade em acompanhamento político pode levar ao desacredito da política.
O presidente também criticou o que classificou como interferência nos assuntos internos em outros países e enfatizou o princípio da soberania nacional. “Se formos adivinhar as coisas que acontecem em outros países, estamos prejudicando uma palavra mágica chamada soberania”, disse ele.
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Lula: “Ninguém me dá uma aula de negociação”
Lula afirmou que seu governo prioriza o diálogo e criticou a decisão dos EUA de aplicar novos impostos ao Brasil. Ele também destacou a saída do país do mapa da fome e defendeu mudanças no sistema tributário.
Comentando a decisão do governo dos EUA, Lula disse que o presidente dos EUA poderia ter procurado conversas diretas. “Eu poderia ter levado o telefone, poderia ter me ligado, poderia ter dito a Alckmin para ligar para ele. Seríamos capazes de conversar”, disse ele. Para ele, a medida era política e deveria ter sido tratada com a negociação.
“Ninguém neste mundo pode dizer que existe um governo que gosta de negociar mais do que nós. Duvido”, disse ele. “Ninguém me dá uma lição de negociação. Eu já lidei com muitos magnatas do mundo. Eu respeito a todos. A única coisa que eu quero é ser tratada com respeito.”
Multilateralismo e crítica à dependência comercial
Lula afirmou que o Brasil não deveria depender de um único parceiro comercial. “Queremos negociar com o Uruguai, Paraguai, Argentina, Equador, Bolívia, com China, Rússia, com os Estados Unidos, com a Índia, com os países da África”, disse ele. Segundo ele, o país quer comprar, vender, crescer e compartilhar.
O presidente também criticou a ausência de empreendedores nacionalistas no Brasil contemporâneo em comparação com os perfis mais comuns nos anos 60, 70 e 80. “Hoje você tem mais mercantilista do que nacionalista”, disse ele.
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