O presidente Luiz Inacio Lula da Silva afirmou que o governo brasileiro está preparado para agir em resposta às tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, contra os produtos brasileiros. Em uma entrevista, Lula defendeu a reciprocidade e indicou que o Brasil buscará soluções diplomáticas antes de aplicar sanções equivalentes.
“Adotaremos as medidas necessárias. Se ele cobrará 50 de nós, cobraremos 50 dele”, disse o presidente, comentando as declarações de Trump e a possibilidade de sobrepostos produtos nacionais.
Segundo Lula, o Brasil tem mais de dois séculos de relações diplomáticas com os Estados Unidos e sempre procurou resolver divergências através do diálogo. O presidente criticou a posição de Trump e considerou inadequado a carta enviada pelo presidente à presidência da República.
Para Lula, o documento representa uma tentativa de interferir nos assuntos internos brasileiros e demonstra ignorância sobre as regras comerciais entre os dois países. “O Brasil é um país de conversa. O que você não pode receber uma carta em que a carta nem mesmo é verdadeira em relação à questão comercial”, disse ele.
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Negociações e alternativas
O presidente relatou que Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços estão em diálogo com os Estados Unidos desde a adoção da tarifa de 10% em produtos brasileiros. Lula mencionou a possibilidade de desencadear a Organização Mundial do Comércio (OMC) e formar uma coalizão com outros países afetados pelas medidas dos EUA.
Se as negociações não avançarem, o Brasil deve aplicar a lei de reciprocidade, aprovada pelo Congresso Nacional. “Primeiro tentaremos negociar, mas se não houver negociação, a lei da reciprocidade será colocada em prática”, disse ele.
Lula também enfatizou que o Brasil procurará diversificar parcerias de negócios e mencionou a participação em outubro de uma cúpula da ASEAN, um bloco econômico que reúne dez países asiáticos. O objetivo, segundo o presidente, é estabelecer novos acordos e expandir o comércio com a região.
Impacto no comércio e mensagem no setor produtivo
Durante a entrevista, o presidente respondeu à alegação de Trump sobre o suposto déficit comercial dos Estados Unidos com o Brasil. Segundo Lula, em 2023, o Brasil exportou US $ 40 bilhões e importou US $ 47 bilhões, resultando em um déficit de US $ 7 bilhões para o lado brasileiro. Nos últimos 15 anos, o Brasil acumulou um déficit de US $ 410 bilhões no comércio de bens e serviços com os Estados Unidos.
Para seguir a situação, o governo brasileiro deve criar um comitê com a participação de representantes do setor produtivo. “Criaremos um comitê, e os funcionários participarão para seguirmos o que acontecerá dia a dia”, disse ele.
No final, Lula apontou que ele quer boas condições de vida para o povo americano, mas cabe aos brasileiros definir seus interesses. “Quero que Trump cuide dos Estados Unidos para os americanos. Aqui no Brasil, cujos chefes são brasileiros”.
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