O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (14) a isenção de altas tarifas sobre uma série de produtos agrícolas essenciais, na tentativa de aliviar os preços dos alimentos nos supermercados norte-americanos. A decisão ocorre em meio à crescente pressão política causada pelo aumento do preço dos itens básicos da cesta de consumo.
Produtos isentos de tarifas
Segundo a Casa Branca, a medida elimina tarifas adicionais sobre produtos como:
- Carne bovina (vários cortes e preparações)
- Café (em grão, torrado ou descafeinado)
- Banana e banana
- Açaí (frutas, sucos e preparações)
- Nozes e Castanhas (incluindo castanha do Brasil e castanha de caju)
- Cacau e Chocolate (feijão, pasta, manteiga e pó)
- Frutas Tropicais (como Manga, Goiaba, Abacaxi e Mamão)
- Especiarias (incluindo pimenta, baunilha, canela, gengibre e cravo)
- Coco e óleo de coco
- Fertilizantes
- Minérios e Metais (como Manganês, Cobalto, Alumínio, Zinco, Cobre, Prata e Ouro)
- Produtos Químicos e Farmacêuticos
- Borracha Natural e Madeira
- Combustíveis Minerais: Carvão, Coque, Lignite (Lignita), Petróleo (em certos tipos) e Gás Natural Liquefeito.
As isenções representam um recuo parcial na política tarifária do governo, adotada para pressionar os parceiros comerciais, mas que acabou elevando os preços internos.
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Pressão inflacionária e reação política
As tarifas implementadas no início do ano encareceram os insumos importados e pressionaram toda a cadeia de abastecimento. Distribuidores de carne bovina, café, chocolate e outros itens comuns já haviam repassado os aumentos aos consumidores, intensificando a tensão política do governo.
A reversão ocorre um dia depois de Trump ter alcançado novos acordos comerciais com Argentina, Guatemala, El Salvador e Equador. Os acordos impuseram tarifas de 10% a 15% sobre a maioria das importações destes países, mas também eliminaram tarifas sobre produtos que os EUA não produzem em quantidades suficientes, como café e bananas.
Impacto no custo dos alimentos
Os preços dos alimentos têm aumentado de forma consistente. Dados do Índice de Preços ao Consumidor mostram alta de 2,7% nos preços dos alimentos para consumo interno em setembro, na comparação anual. Especialistas estimam que a isenção tarifária poderia ajudar a moderar parte dos aumentos, embora fatores externos — como o clima e a oferta global — continuem a influenciar itens como café e carne bovina.
Abaixo estão os impactos por setor:
Carne bovina
A isenção ocorre após meses de aumento dos preços da carne. As tarifas impostas aos principais fornecedores — incluindo Brasil, Austrália, Nova Zelândia e Uruguai — aumentaram os custos de importação e reduziram a oferta, no momento em que o rebanho americano atingiu o seu nível mais baixo em quase 75 anos.
Os produtores enfrentam a seca, o aumento dos custos dos alimentos para animais e os impactos das tarifas sobre fertilizantes e metais. Os preços da carne in natura subiram entre 12% e 18% em setembro, segundo o governo.
Café
O preço do café torrado e moído atingiu US$ 8,41 por libra-peso em julho, um recorde e um aumento de 33% em relação ao ano anterior. A tarifa de 50% sobre o café brasileiro — principal fornecedor do mercado americano — encareceu toda a cadeia produtiva e aumentou os custos para o consumidor final.
Segundo a Tax Foundation, 74% das importações de alimentos já estavam sujeitas a tarifas antes das isenções anunciadas.
Cacau
O mercado global do cacau continua sob pressão devido a três anos de quebras nas colheitas na Costa do Marfim e no Gana. Mesmo após as recentes quedas, os contratos futuros ainda ultrapassam o dobro dos níveis pré-pandemia.
A Hershey projeta entre US$ 160 milhões e US$ 170 milhões em despesas tarifárias somente em 2025, além dos preços recordes do grão de cacau. O chocolate no varejo subiu quase 30% na véspera do Halloween.
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