Os acordos comerciais assinados pelos Estados Unidos, incluindo os mais recentes da União Europeia, ainda estão influenciando os mercados globais e destacando as dificuldades do governo brasileiro no estabelecimento de diálogo com a Casa Branca. O tema ganhou relevância com a imposição de uma tarifa de 50% nas importações brasileiras, cuja negociação segue sem avanços.
“Os 50%já são dados, e isso pode se tornar algo pior: 75%, 100%, 120%”, disse Norberto Zaiet, colunista do site Times Brasil – CNBC exclusivo licenciado e sócio -gerente da Picea Value Investors, em uma entrevista sobre o assunto. Segundo ele, o mercado já custou a sobretaxa como inevitável e teme um agravamento do cenário.
O governo brasileiro enfrentou dificuldades em acessar interlocutores de alto nível nos EUA. A tentativa de negociação dos senadores em Washington e até o desempenho do ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira não teve efeito, segundo Zaiet. “Há um silêncio total. A comunicação é centralizada na Casa Branca e ninguém parece falar com o Brasil”.
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Impasse político e incerteza para os investidores
Zaiet apontou que a justificativa apresentada por Donald Trump pela imposição da tarifa-a situação judicial do ex-presidente Jair Bolsonaro-faz qualquer avanço técnico inviável nas negociações. Segundo ele, como o judiciário é independente, o governo brasileiro não pode intervir.
“Se essa é a condição colocada por Trump, não há como negociar”, disse ele. Para o gerente, apenas a conversa direta entre os presidentes Lula e Trump pode desbloquear o impasse. “Tudo foi tentado, incluindo o vice -presidente e a delegação de senadores. Nada funcionou”.
Do ponto de vista dos investidores, o clima é cauteloso. O Brasil, de acordo com Zaiet, não é mais uma prioridade para aqueles que investem em mercados emergentes. O cenário fiscal incerto, a inflação fora da meta e as altas taxas de juros contribuem para esta postura. “O investidor vê valor, mas prefere esperar. O que é barato pode ser ainda mais barato”.
Altos juros favorecem a renda fixa
A taxa de juros básica de 15% torna a renda fixa brasileira altamente atraente, o que reduz a disposição dos investidores de buscar ativos de risco. “É difícil justificar um investimento na bolsa de estudos com essa taxa. O dinheiro vai para financiar o governo, não a economia real”, explicou.
Zaiet acrescentou que, sem mudanças estruturais no cenário fiscal, o Brasil continuará enfrentando suspeitas do mercado. Ele acredita que mesmo as eleições, quaisquer medidas serão apenas paliativas. “É uma bomba -relógio. Sem reformas estruturais, a incerteza continua”.
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