Shein, um comércio eletrônico gigante chinês, está passando por um ponto de inflexão estratégico em um de seus principais mercados: o Brasil. A análise é do BTG no relatório de mercado.
Segundo o documento, dois cenários devem liderar a plataforma chinesa para intensificar a base local em suas operações. Um é enfrentado desde agosto do ano passado, quando o programa de remessa (conhecido como taxa de blusas), que tributa menos de US $ 50 em 20% mais o ICMS de cada estado estava em vigor. O segundo nasceu do imposto americano anunciado em abril por Donald Trump – nos Estados Unidos, eram compras gratuitas de até US $ 800.
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Com o aperto no mercado brasileiro e também no americano, o Banco estima que Shein fez uma mudança visível na operação de sua logística transfronteiriça tradicional para amplificar seu mercado no Brasil.
Esse movimento sinaliza um importante reposicionamento, no qual a plataforma busca mitigar os efeitos da tributação e a abordar a concorrência doméstica com uma estrutura mais integrada ao varejo nacional.
“A operação transiônica de Shein está perdendo a participação no valor total de vendas (GMV), enquanto a empresa acelera o desenvolvimento de sua plataforma nacional”, disse os autores do relatório – Luiz Guanals, Gabriel Desselli e Pedro Lima.
Nos Estados Unidos, antecipando o impacto, Shein já reajustou os preços de vários itens. De acordo com os dados da Bloomberg citados pelo BTG, uma cesta de 100 produtos de beleza e saúde tinha uma média alta de 51%, enquanto os itens e brinquedos da cozinha fabricados em 30%. As roupas femininas – a categoria principal de Shein – tiveram um aumento médio de 8%.
A estratégia por trás do aumento não é clara. Por um lado, pode servir para mitigar as margens da tributação, que será de 120% e começou a estar em vigor agora em maio. Por outro lado, também pode ajudar a colocar em prática uma política mais agressiva de descontos em novos preços.
No Brasil, o impacto da tributação reduziu os preços que os chineses tinham sobre os jogadores locais. Mas não o suficiente para derrubar a competitividade. Em uma cesta com oito produtos em comparação entre Shein, C&A, Renner e Riachuelo, a plataforma chinesa era 1% mais barata que Riachuelo, 7% que Renner e 12% abaixo de C&A.
A mudança de Trump foi tal que o mercado americano, sempre mais competitivo que o brasileiro no preço das roupas, agora reverteu a posição. No Brasil, os produtos Shein eram, até recentemente, 25% mais caros do que nos EUA – e 190% mais caros se ajustados pela paridade do poder de compra.
Após os ajustes dos EUA, os preços praticados pelo Shein no Brasil agora são 6% mais baratos do que no mercado dos EUA – mas ainda 117% a mais para a paridade do poder de compra. Ainda assim, isso reforça o país como um mercado estratégico para os chineses.
Embora focado no Shein, o relatório do BTG também contextualiza transformações no setor de moda global. “De 2019 a 2023, o segmento viveu uma onda de crescimento impulsionada pela alta demanda e aumento de preço”. Nos próximos anos, o cenário será mais desafiador.
Na avaliação de analistas bancários, “a crescente concorrência internacional, o aumento das compras on -line, levando a margens mais baixas e a maior sensibilidade ao consumidor aos preços representam desafios para o setor nos próximos anos”.
O documento BTG cita cinco tendências para o varejo de roupas:
- a) desaceleração de jogadores mais expostos a famílias de renda mais alta;
- b) concorrência de preços em famílias de média e baixa renda, tornando a relação de marca/preço decisiva;
- c) fragmentação de solicitações a fornecedores e desenvolvimento de modelos de reatividade, concentrando -se em coleções mais assertivas;
- d) o peso da descarga climática, quebrando a sazonalidade das vendas, como o não vírus brasileiro de 2024;
- e) taxa de impacto da taxa de câmbio.
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